01/05/2019
Por Mônica Krausz
Nesta terça-feira (30), a Prefeitura de Cotia apresentou, no auditório da empresa Würth, estudos de origem e destino dos veículos em deslocamento na região e Projeto de interferências viárias na Rodovia Raposo Tavares, na Granja Viana e na cidade como um todo. O propósito é melhorar a mobilidade urbana na chamada Granja Viana estendida, que vai do km 21 ao 30 da Rodovia.
O Projeto envolve três fases de execução e já em sua primeira etapa pretende trazer melhorias no cruzamento da Avenida São Camilo com a Rua José Felix por meio de implantação de Rotatória, mão única na Avenida São Camilo sentido São Paulo e também no atual viaduto do 22.800, mão única em parte da Rua José Felix sentido Carapicuíba e criação de via alternativa, paralela a José Felix passando pelo Hospital São Camilo também sentido Raposo. Traz ainda melhorias no acesso à Rua José Felix, mais uma rua ligando a José Felix à São Camilo e, do outro lado da Raposo, uma extensão da marginal do Shopping Granja Vianna até o km 21, onde deverá ser construído um novo viaduto.
Segundo o Prefeito Rogério Franco, os estudos iniciados no final de 2017 e o Projeto de Mobilidade Urbana, que já está nas mãos do Governo do Estado por meio do DER, são fruto de uma contrapartida da GP Desenvolvimento Urbano, empresa que faz loteamentos em Cotia há 34 anos, a qual contratou a Canhedo-Beppu Engenheiros Associados para realizar estudos de origem-destino de locomoção nas vias da cidade e elaborar um Projeto de Mobilidade Urbana altamente técnico a partir das análises destes estudos. A contratação foi solicitada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Habitação, como contrapartida à instalação do empreendimento Florada das Laranjeira, com 673 lotes, na cidade.
De acordo com Caio Portugal, vice presidente do Sindicato da Habitação, SECOVI-SP, Presidente da AELO, Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano, entidade nacional que congrega as empresas de loteamentos e presidente da GP Desenvolvimento Urbano, nos últimos 18 anos, Cotia cresceu praticamente 50% em população e vem daí a necessidade deste planejamento. "Saímos de 148 mil para 238 mil habitantes hoje. Saímos de 38 mil para 76 mil domicílios ocupados agora. E mais importante que isso: nos próximos 5 anos, Cotia receberá mais 30 mil habitantes, o que exigirá pelo menos mais 15 mil domicílios urbanos", prevê.
Segundo o Prefeito, ao apoiar o Governador João Dória na última eleição, a única coisa que ele pediu ao então candidato foi que olhasse com especial atenção a este projeto. Representando o Governo do Estado, o evento de Mobilidade Urbana contou com a presença do Secretário Estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que afirmou ver neste Projeto um primeiro passo realizado: "Para uma obra sair do papel, é preciso ter um projeto profissional, técnico, que possa, de forma muito efetiva, indicar os caminhos para que possa ser realizada e isso vocês já entregaram", afirmou.
Vinholi informou que a execução das soluções para a Raposo será realizada a "quatro mãos" pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. Segundo ele, parte dos investimentos também podem vir por meio de futuras concessões na Rodovia, visto ser política deste Governo do Estado concessionar tudo o que for possível para continuar tendo em São Paulo as melhores rodovias do país.
De acordo com o vice-prefeito Almir Rodrigues, até hoje Cotia cresceu de forma desordenada e sem nenhum planejamento. "A partir deste projeto extremamente técnico toda obra a ser realizada vai seguir estes estudos para chegar ao objetivo de dar maior fluidez ao trânsito da cidade e da Rodovia", explicou. Segundo ele, as obras que já estão sendo executadas nas ruas Zurique, Roma e São Camilo, por exemplo, já seguem as orientações deste Projeto.
Segundo o Secretário de Habitação Sérgio Folha, algumas desapropriações terão de ser realizadas para viabilização do Projeto, mas os acordos estão bem adiantados e não serão traumáticos aos proprietários. São áreas, por exemplo, dos Camilianos, próximas ao Hospital São Camilo; também no Cotolengo, onde na fase 2, passará uma via de mão dupla com duas faixas em cada mão, ligando a Av. José Giorgi ao Parque São George. Também áreas na continuação da Marginal, passando o Shopping sentido km 21 até o novo viaduto e área marginal à Raposo, do km 26 até o Bem-te-vi.
De acordo com os estudos apresentados nesta terça feira pelo consultor e engenheiro de tráfego Paulo Bacaltchuck, contratado pela Canhedo-Beppu para esta análise do trânsito na região, cerca de 8 mil veículos circulam por hora na Raposo no trecho analisado e a ideia de que o trânsito da Rodovia é gerado por quem vai a São Paulo se provou um mito.
Segundo a observação de origem-destino que acompanhou o deslocamento de 35 mil veículos com registro de placas e deslocamento de cada um deles durante uma semana, a maior parte, cerca de 70%, do trânsito na Rodovia no trecho que vai do km 21 ao 30, é originada dos deslocamentos locais de quem vai do centro para a Granja Viana e das ruas da Granja para o centro de Cotia, para o Embu, para Osasco entre outros trajetos locais, já que, além de poucas vias alternativas à Rodovia, também possui poucas alças de travessia para quem precisa passar de um lado ao outro da via.
Por isso também as fases dois e três do Projeto de Mobilidade Urbana contemplam melhorias viárias no km 24.800, com a construção de novo viaduto na altura da Avenida Denne, onde hoje existe uma passarela; e de uma nova via passando por trás do Cotolengo, além de melhorias nas vias de acesso do km 26.800. O total de investimentos é de R$ 132 milhões, sendo 41% da Prefeitura e 59% do Estado.
Realizado no Teatro da Würth, o evento lotado contou com a presença de autoridades do Executivo da Cidade e do Governo do Estado, vereadores, representantes de bairros, dos condomínios locais, do Conselho de Segurança da Granja Viana, engenheiros, comerciantes, imprensa e munícipes em geral.
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