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O Cultura Artística está de volta

30/08/2024


por Mauricio Orth

Desde sua inauguração, em março de 1950, o Teatro Cultura Artística (TCA) firmou-se como um importante marco cultural e arquitetônico da cidade.

O mural “Alegoria das Artes”, de Di Cavalcanti, passou a ser uma referência estética para quem cruzava a Rua Nestor Pestana. Já o projeto arquitetônico, de 1942, de Rino Levi (1901-1965) e Roberto Cerqueira César (1917-2003), do escritório Rino Levi, fez com que o TCA fosse considerado na época o mais avançado teatro brasileiro e, desde então, uma das melhores salas de concerto do país. A Inauguração se deu com concertos dos maestros brasileiros Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Camargo Guarnieri (1907-1993). 

Depois da inauguração, o teatro funciona por alguns anos, mas logo é alugado para a TV Excelsior, que o devolve em péssimas condições, em 1970. A Sociedade Cultura Artística (SCA) solicita projeto de reforma ao escritório Rino Levi. Na reforma, eliminam-se alguns acessos e algumas fileiras de assentos. O TCA é reaberto em 1977 com cerca de 1100 assentos, 400 a menos e multipropósito, recebendo também peças teatrais. Intervenções posteriores são feitas a intervalos regulares, atendendo a exigências da prefeitura. O arquiteto Paulo Bruna (1941) participa de todas elas.

Em 17 de agosto de 2008, um incêndio começa no palco e destrói o teatro até as portas corta-fogo. O fundo da plateia, formado por parede dupla para evitar ruídos externos, permite salvar o mosaico de Di Cavalcanti. A SCA decide demolir os remanescentes do edifício e contratar um novo projeto, dividindo a recuperação em duas fases: a restauração da fachada e do painel, completada em 2011 pela arquiteta portuguesa Isabel Ruas, da Oficina de Mosaicos, premiada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2012; e a construção de um novo teatro, projetado por Paulo Bruna. 

A segunda fase foi iniciada em 2018 e neste mês de agosto, a capital paulista tem de novo um dos seus templos culturais mais importantes. Foi reinaugurado o Teatro Cultura Artística. O mural está de volta e sua arte, assim, ganha função, assume novo significado, e confere ao espaço uma vibrante personalidade. O Site da Granja foi conferir.

Com 773 lugares, a Sala foi redesenhada para voltar para sua vocação inicial: apresentações musicais. Já o auditório, com 150 lugares, foi pensado para a realização de palestras, debates, além de apresentações de concertos e recitais apropriados para uma sala menor. 

O Cultura Artística tem também agora espaços generosos para a ampliação de seu projeto educativo, o Programa de Bolsas Magda Tagliaferro. São onze salas para a prática dos estudantes, desenhadas para o aperfeiçoamento dos alunos, e também para a convivência social.

Há ainda a Biblioteca Musical, com o acervo tombado pela Sociedade Cultura Artística. No térreo, uma livraria e um café ficarão abertos durante todo o dia, para manter o quarteirão vivo. O caixilho de 4 andares, com vista para a Praça Roosevelt, reforça essa integração.

O projeto atende aos padrões contemporâneos de funcionalidade e segurança, porém mantém a integridade arquitetônica do prédio original. Ele conta com sistemas projetados para baixo consumo de energia e água, além de 220 placas fotovoltaicas.

O concerto

A Filarmônica de Bremen, ou Orquestra Alemã de Câmara de Bremen, ou mesmo Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, a “Deutsche Kammerphilharmonie Bremen", foi celebrativa: Em homenagem a um dos maestros presentes em sua primeira inauguração, a introdução das Bachianas 01, a "Embolada",  de Villa-Lobos, foi a escolhida para abrir o programa.

Concebida para oito violoncelos, ela imita, em sua introdução, o ritmo do pandeiro comum em uma embolada nordestina, base sobre a qual surgem melodias no estilo ao mesmo tempo exato e quebrado dos cantadores.

A hora e a vez dos novos talentos

Finda a homenagem, a orquestra traz como convidado o muitíssimo jovem maestro finlandês Tarmo Peltokoski, de 24 anos. O solista de piano foi o canadense de origem polonesa Jan Lisiecki, hoje com 29 anos. Foi de certa forma insólito ver os dois jovens entrando depois da madura orquestra, acomodada em suas cadeiras, se levantar.

Foi em 22 de dezembro de 1808, quando o também jovem Beethoven (tinha 22 anos) apresentou o Concerto nº 04 pela primeira vez. Hoje é um dos preferidos dos pianistas da atualidade, e foi o último em que Beethoven tocou. Na época, causou estranheza talvez pela substituição do típico brilho técnico do solista por uma expressão poética, de beleza radiante e paz espiritual. Neste sentido, é uma obra moderna. No primeiro movimento, solista e orquestra estabelecem uma verdadeira parceria, frequentemente trocando de lugar. As inovações formais continuam no segundo movimento, com a redução da orquestra à seção das cordas, que toca forte, em uníssono, de forma enérgica, enquanto a parte do piano, em total contraste, é suave, melodiosa, quase filosófica. Em determinado momento, a orquestra acaba cedendo e aderindo à mesma expressão do piano. O movimento se encerra suavemente depois de uma cadência de grande intensidade. O Rondo final se inicia sem interrupção, emendado, combinando vivacidade e suavidade. A música logo se torna mais exuberante e desemboca em um dos finais mais elegantes dos concertos de Beethoven. 

E foi na segunda parte do concerto, quando a orquestra interpretou a Sexta e a Sétima sinfonias de Jean Sibelius (1865-1957), que a acústica do novo Cultura Artística mostrou ao que veio. As diferenças de dinâmica aparecem. Sopros e cordas não disputam espaço. Um jovem maestro fazendo vibrar uma nova sala. 


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