30/10/2024
Diferente da versão anterior que previa um sistema híbrido entre subterrâneo e de superfície, o Metrô de São Paulo chegou à conclusão de que a linha 22 será totalmente subterrânea, mas mais compacta.
A informação foi revelada nesta sexta-feira, 25, por Luiz Antonio Cortez, gerente de planejamento e meio ambiente da companhia, em palestra na 30ª Semana de Tecnologia Metroferroviária.
Até então, o Metrô trabalhava com várias hipóteses, incluindo um sistema de monotrilho e vias sobre a Rodovia Raposo Tavares.
Lote Nova Raposo altera o projeto
A ideia de um traçado elevado tornou-se inviável por conta da falta de espaço na estrada, que está prestes a ser ampliada.
A demanda pendular também foi um motivador para uma solução tradicional, por túneis e trens convencionais.
Trens menores
Para uma melhor relação custo/benefício, a ideia agora é o uso de trens mais estreitos e com apenas cinco carros em vez dos seis tradicionalmente utilizados na composição.
O objetivo é reduzir o custo do projeto e assim escavar um túnel mais estreito, com menos de 10 metros de diâmetro, ou 13% menos área.
Com um carro a menos, as estações poderão ter plataformas com 110 metros de comprimento em vez de cerca de 132 metros atuais.
Também para a redução de custo a companhia prevê o uso de elevadores de alta capacidade para algumas estações como Rio Pequeno e Teodoro Sampaio.
Intervalos menores
A despeito da redução das suas dimensões, a Linha 22 poderá transportar diariamente quase 680 mil pessoas em seus 29,4 km e 19 estações.
O carregamento hora/sentido será de 37.000 passageiros e a frota de trens será elevada, com 47 unidades. Esse dimensionamento oferece uma capacidade 31% menor que a das linhas tradicionais.
Projeto para privatização
Assim como fez no projeto diretriz da Linha 16-Violeta, a equipe de planejamento do Metrô buscou soluções inovadoras para tornar o ramal mais barato, eficiente e atrativo.
Também se propôs a execução de vias com rampa de 5%, mais inclinadas o que permite estações mais próximas da superfície.
Diante da diretriz da atual gestão, que pretende conceder todo o sistema sobre trilhos à iniciativa privada, é razoável esperar que boa parte dessas ideias seja descartada pela futura concessionária.
É o que está acontecendo por exemplo na futura Linha 16 (ligação entre a região dos Jardins e Cidade Tiradentes), após o interesse manifestado pela construtora Acciona, que está descartando os estudos do Metro e propondo uma implantação tradicional.
Próximos passos
Os próximos passos incluem a contratação de uma empresa para produzir o Estudo Ambiental (EIA-RIMA) em novembro e o início das audiências públicas a partir de setembro de 2025, quando também será solicitada a Licença Prévia Ambiental.
Fim da fila
A Linha 22-Marrom está lá atrás na fila de prioridades do governo: São consideradas preferencias as linhas 20-Rosa, 19-Celeste e 16-Violeta.
Cotia com sete novas estações
Das 19 estações, 10 delas estão localizadas dentro de São Paulo, sendo elas: Sumaré, Teodoro Sampaio, Faria Lima, Hebraica Rebouças, Vital Brasil, USP, Rio Pequeno, Jardim Esmeralda, Jardim Ester (antiga Monte Belo) e Jardim Boa Vista.
Osasco deverá ter duas estações, sendo elas Victor Civita, próximo à divisa com São Paulo e Santa Maria.
Cotia será uma das cidades mais beneficiadas com sete estações. As estações previstas neste município são Granja Viana, Mesopotâmia, Estrada de Embu, Parque Alexandra, Sabiá, Santo Antônio e Cotia.
Sonhar é permitido
A implantação da Linha 22-Marrom tem potencial para permitir que a população possa morar mais longe sem ser penalizada pelos grandes percursos. Isso poderá contribuir para a melhoria do acesso aos empregos e aumento da renda tornando as regiões distantes do centro mais atraentes. E tornar Cotia menos dependente da Raposo Tavares.