22/12/2020
Por Mônica Krausz
Já está circulando nas redes sociais da região uma petição pública solicitando informações sobre um empreendimento que está assustando os granjeiros. Trata-se do Villa Nova Fazendinha, que promete em seus materiais de divulgação a instalação de 5 torres de 21 andares com 8 apartamentos por andar, na Estrada da Fazedinha, nº 2.158, entre os residenciais Vila Velha e Fazendinha. Segundo a petição elaborada pelos advogados da AMAFAZ (Associação de Moradores e Proprietários da Fazendinha), estima-se que tal empreendimento vá colocar de 1000 a 1500 novos veículos no sistema viário da região, que já tem estado por demais congestionado.
“Há fundado receio quanto aos impactos negativos que um empreendimento de tais proporções vai causar na vizinhança e no trânsito, especialmente numa área carente de infraestrutura adequada, sem saneamento básico e com vias de acesso já subdimensionadas, principalmente a Avenida São Camilo, em direção à Raposo Tavares”, alerta a petição.
A petição tem como objetivo direcionar o Ministério Público para que apure e constate a regularidade dos estudos de impacto de vizinhança e de tráfego/mobilidade que esse empreendimento ira gerar na região.
No site do Villa Nova Fazendinha informam que são apartamentos com 1 e 2 dormitórios, com metragens que vão de 35 a 54m2 , uma vaga de garagem para cada um, com mais de 40 itens de lazer, em um terreno de 10.800 m2, com preços a partir de R$ 149 mil.
No estande de vendas, porém, alguns vendedores chegaram a falar para visitantes que o empreendimento poderá ter 15 torres, construídas em 3 fases! Ou seja, o que seriam 840 apartamentos em cinco torres pode virar 2520 apartamentos!
A preocupação dos granjeiros que há décadas encontraram aqui um local tranquilo pra se viver e que nos últimos tempos já vêm lutando com grandes problemas de trânsito em vias como Avenida São Camilo e Rua José Felix de Oliveira, entre outras vias próximas que usam como alternativas é: como suportar todos esses novos carros nas vias? E além desta? Para onde vai todo o esgoto destes 840 apartamentos na melhor das hipóteses de uma fase só? Lembrando que até hoje os bolsões e residenciais da região utilizam fossa, pois não há serviço de coleta e tratamento de esgoto pela Sabesp.
A reportagem do Site da Granja entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Carapicuíba para tentar obter informações sobre as liberações do empreendimento e nos foi informado que realmente o empreendimento já tem todas as liberações necessárias para ser comercializado. Já está totalmente aprovado pela Prefeitura de acordo com o Alvará de Construção N° 396/2016.
Questionamos também sobre projetos de novas vias para escoar o trânsito na região, mas a assessoria informou que até o momento não há projeto de novas vias em Carapicuíba. Ou seja, vai desembocar tudo em Cotia mesmo.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Carapicuíba afirmou que um estudo de impactos sobre o trânsito da região foi solicitado à construtora, mas não informou sobre os resultados deste estudo. Segundo a Prefeitura, o esgoto do empreendimento será coletado pela Sabesp de acordo com Termo de Compromisso da Sabesp N° 425/2019 e que as nascentes serão preservadas de acordo com o Termo de Compromisso da Cetesb N° 425/2019.
O empreendimento possui as seguintes aprovações:
- Alvará de construção - N° 396/2016
- Certificado Graprohab - N° 425/2019
- Termo de Compromisso N° 425/2019 tramitado pelos seguintes órgãos:
Secretaria de Habitação, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Empresa de Planejamento Metropolitano (Emplasa).
A reportagem do Site da Granja também tentou entrar em contato com a incorporadora e construtora BP8, mas o número divulgado em seus folhetos (11) 4444-6666 é daqueles que te deixam por horas ouvindo uma musiquinha e nada.