TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 | Quem Somos | Anuncie Já | Fale Conosco              
sitedagranja
| Newsletter

ASSINE NOSSA
NEWSLETTER

Receba nosso informativo semanal


Aceito os termos do site.


| Anuncie | Notificações
Voltar

Entrevista com o Dr Ailton Ferreira Secretário da Saúde de Cotia

20/03/2025


Esta matéria contém atualização: publicada em 20/03 19:59h - atualizada em 21/03 09:29h

Mauricio Orth

Dr. Ailton estava em seu gabinete, na Av. Prof. Manoel José Pedroso, no Parque Bahia, pronto para receber a entrevista. Após uma água com limão (“já evitei cirurgia de paciente só com essa receita”), começamos:


SG - O senhor já tem uma história aqui em Cotia. Como que você virou secretário dessa gestão?

Dr. Ailton - Sou médico há 49 anos e eu sigo o conselho da minha mãe. Não deixe a sua vida passar em branco. Nós estamos aqui de passagem. Enquanto Deus te der lucidez e saúde, estude. Eu estudo. Sou médico, físico, dava aula de Física em cursinhos em São Paulo, jornalista, professor de Educação Física, de Caratê e Taekwondo.  Estudei música, gravei disco e quando cheguei em Cotia eu tive a honra de ser prefeito (1993/1996). Eu conheço o Formiga desde moleque. É amigo dos meus filhos. E vou falar uma coisa aqui. Se não fosse o Formiga eu jamais estaria nessa cadeira. Ele é um menino muito bem-intencionado. Eu até brinco que o Formiga é tão bom que ele chora até em batizado de boneca. Ele é da igreja. Ele e a família. Então eles são diferentes. Mesmo com todas as dificuldades, eu acredito que esse moleque vai ser o melhor prefeito de Cotia. Vai ser melhor do  que eu fui. Ele tem sonhos. E aí chegou o convite.. A princípio ele queria o meu filho, que é o grande amigo dele. Mas meu filho está na faculdade. Está na Pós. Então ele acabou me convidando, depois da conversa que tivemos.

SG - Em campanha, o Formiga chegou a falar em zerar as filas. Vi que no Atalaia isso aconteceu. 

Dr. Ailton - Não, ainda não. Totalmente não. Nós temos um problema muito grande aqui que é de os médicos não quererem vir para cá. Por quê? Você contrata o Neurologista. Ele vem: “E aí, gostou?” “Adorei!” Aí, à noite, ele liga: “Doutor, eu não vou mais, demorei três horas para chegar aqui em São Paulo. Raposo Tavares.”

E como ainda não temos condições de pagar um valor maior até para incentivar, é difícil. Qual o caminho? É a teleconsulta. Existem especialidades que você não precisa estar diante do doente, que você consegue resolver à distância. Já está tudo pronto para implementar. Teremos a interligação dos prontuários, com todas as informações disponíveis em qualquer terminal. E isso vai ser integrado na teleconsulta.

Assim o médico vai ficar no consultório dele. E o paciente aqui vai estar em local que estamos definindo, aonde o doente vem e se senta confortavelmente. Do lado dele vai ter uma enfermeira treinada, já com os documentos, os exames para o médico que está lá em São Paulo. Entendeu? A demora para o reumatologista, por exemplo passa de 3 mil pessoas.

SG - Isso se traduz em quanto tempo?

Dr. Ailton - Se tem um médico só é um mandato inteiro (04 anos). Teríamos que pôr mais médicos. Agora, se você põe teleconsulta acho que em um mês você zera essa fila.

SG – Ok, e dermatologista, por exemplo?

Dr. Ailton - Dermatologia a distância? Pega uma câmera de alta resolutividade, 20K por exemplo, fotografa a lesão, manda para o médico. Então não é consultar a distância. É teleconsulta, com uma infraestrutura em volta dessa consulta. 

 A fila de endoscopia digestiva alta e colonoscopia está em duas mil e poucas pessoas. A fila de ultrassom que nós estamos quase zerando, era mais de duas mil pessoas. Vamos supor que você tenha cólica renal, o cálculo (a pedra no rim). A solução para isso é em boa parte dos casos a litotripsia, que são ondas de choque que quebram a pedra. Você a quebra em pedaços menores e ela sai na urina. Ainda não tem em Cotia, mas vai ter. Estamos estudando também montar o serviço de oftalmologia, onde você faça procedimento, cirurgias oculares.

SG – Em que situação o sr. encontrou a área de Saúde? 

Dr. Ailton - Eu peguei uma prefeitura sem remédio, com o almoxarifado vazio, sem condições de comprar. E sem contratos para poder trabalhar. No primeiro mês, eu ficava só pedindo doação para a gente poder suprir as UPAs.  Sem insumos. Sem gase, sem algodão. O Contrato de ambulância, além de inadimplente, estava encerrado. Tivemos que começar um novo. Sem exames de laboratório. Tem um muito bom aqui, chamado Alpha. Só que estava findando também. Não tinha como dar prosseguimento.

A empresa que fornece oxigênio não queria entregar mais porque tinha uma dívida de dois ou três milhões sem receber. E não é só oxigênio para as unidades. Nós temos muita gente que precisa, infelizmente, de viver com o oxigênio do lado. Principalmente depois da Covid. E isso ia parar. Nós pegamos aqui uma situação muito difícil.

Nós estamos informatizando todos os almoxarifados. Então, nesse computador, bem como no computador do prefeito, ele vai saber quantas Dipironas tem e onde tem. E o que está acabando. Para que não falte remédio. Obviamente, nós estamos com dois meses e pouco de mandato. Isso requer um tempo. E eu peço paciência. porque não estamos brincando. Nós temos que olhar para frente e não ficar olhando no retrovisor.

SG - A concessão (com a empresa IBJ) está em final de contrato agora...

Dr. Ailton - Esse é outro problema. Como é que eu vou montar um time de futebol que daqui um mês vai sair fora do campeonato? Não tem! Toda situação de planejamento envolve um prazo. Nesse contrato o limite máximo é de 7 mil consultas. Isso é muito pouco. Tanto que nós planejamos para uma nova OSS (As Organizações Sociais de Saúde atuam com o SUS,  junto  à Administração Pública, prestando assistência integral à Saúde)  pelo menos 14 mil. O dobro! Esse atual contrato, ele vai ser renovado? Ele vai ser prorrogado?  Quem vai ganhar? Eu não sei. E eu peço a Deus que termine logo para poder contar com uma equipe que vai ficar comigo por pelo menos um período. Isso está obstruindo a gente.

NOTA: o Secretário enviou uma atualização da situação contratual:  "O contrato da IBJ termina em 30/03/2025 e nós estamos no percurso de um novo processo licitatório. Ele ainda está em andamento e não ficará pronto até lá. Foi feito um contrato com a IBJ para que ela continue no período em que estiver acontecendo a licitação. A partir do momento que uma nova OSS for capacitada, automaticamente termina o contrato com  a IBJ. Esse período dependerá do andamento processo licitatório. O contrato estendido com IBJ tem que ter prazo -  foi definido um ano - mas acredito que a IBJ saia antes e entre uma nova empresa."

SG - Havia promessas também na área de Hemodiálise...

Dr. Ailton - O Formiga prometeu na campanha um Centro de Hemodiálise. Hoje a gente precisa de viaturas para levar as pessoas para Osasco, Guarulhos, um sofrimento. Mas a grande notícia é que já conseguimos uma equipe que já adquiriu a área para montar uma base aqui. a ideia é já termos um hospital de Hemodiálise para o segundo semestre. Inicialmente serão cinquenta leitos, com projeção para cem. Quanto custou para nós isso? Nada. Zero reais. A Prefeitura não investiu nada. E a autorização é do governo de Estado. E eles vão trabalhar pelo SUS. Obviamente eles vão receber pelo serviço.

SG - Tudo certo com o Pronto Atendimento pediátrico? 

Dr. Ailton - O P.A. pediátrico tem uma estrutura muito boa. Mas tinha um problema, não dava para ficar dentro. Calor! Aquilo é uma sauna. Foram colocados  22 aparelhos de ar-condicionado, deu uma humanizada. Ficou gostoso ficar lá.

SG - Cotia terá o Poupatempo da Saúde? 

Dr. Ailton - Outra promessa de campanha. Não tem onde era a residência médica do hospital ali? É um hotel, um prédio que tem do outro lado da rua. O prefeito tem um sonho de transformar aquilo no Poupatempo da Saúde. Mas tem um sonho que é maior do que esse. Sabe onde era o Colégio Desafio, que era a antiga escola Munck (onde o Instituto Federal foi inicialmente proposto)? Grande. Então, nós estamos em entendimento para conseguir verba federal para, de repente, montar ali. 

SG - Como o Sr. vê o Hospital de Cotia? 

Dr. Ailton - Me permita só chamar uma pessoa (entra Vera Lúcia, coordenadora de planejamento.) A Vera, quando eu fui prefeito de Cotia, era responsável, braço direito da dona do hospital de Cotia, a Dra. Lourdes.  Aí ela me trouxe o dossiê da época em que ela trabalhava lá: “Dr. Ailton, o senhor foi o único prefeito que ajudou o hospital de Cotia”. Eu fui fiador do Hospital. (Vera Lúcia consente com a cabeça). Eu hipotequei a minha casa, 400 mil reais na época para poder pagar. Os médicos do Hospital entraram na folha da prefeitura para ajudar, a prefeitura providenciou 47 carros para sortear e fazer dinheiro. 

SG - E hoje, como o Sr. pensa o relacionamento com o Hospital de Cotia? Ele está fechado para a população cotiana.

Dr. Ailton - Nós estivemos no hospital de Cotia recentemente. Eles inauguraram uma ala psiquiátrica maravilhosa. E lá eu tive a honra de conhecer o doutor André (André Giannetti, Gerente Executivo Hospitalar). Eu falei “meu irmão, eu quero ser o melhor amigo de infância seu”. Porque o relacionamento do hospital com a prefeitura está distante. Então eu quero me aproximar dele. Eu tenho um sonho aqui.

SG - Qual é o sonho?

Dr. Ailton - O sonho do Hospital de Cotia abrir o pronto-socorro. O Hospital de Cotia é um hospital escola hoje. Quem consegue pular para dentro é muito bem atendido. Mas o problema é que o pronto-socorro fechou as portas. E isso sobrecarregou quem? As UPAs do município. Principalmente a do Atalaia. Que hoje nós temos doze médicos atendendo. E é muito ruim, o movimento é muito grande.

SG – Última pergunta: Se o senhor tivesse um grande poder e pudesse dar uma só  canetada. Qual seria?

Dr. Ailton - Abrir o pronto-socorro do Hospital de Cotia. Para a população da região, né? Se eu tivesse uma canetada seria essa.




Notícias Relacionadas:


 
TENHA NOSSAS NOTÍCIAS DIRETO NO WHATSAPP, CLIQUE AQUI.

Pesquisar




X

































© SITE DA GRANJA. TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 INFO@GRANJAVIANA.COM.BR