23/03/2021
Enquanto outros prefeitos de cidades da região cobram do governo de São Paulo medidas mais restritivas para conter o avanço da pandemia da Covid-19, o prefeito de Cotia Rogério Franco (PSD) não deve "por ora" adotar medidas mais restritivas do que as que estão postas pelo Plano São Paulo.
Ele, e pelo menos outros 440 prefeitos de cidades paulistas, participaram no domingo (21) de reunião virtual com o Secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi. A principal reivindicação dos chefes dos executivos municipais foi o envio de mais vacina e criação de mais leitos de UTI. Algumas cidades que já sentem o esgotamento do sistema de saúde pública querem medidas mais apertadas e falou-se até em lockdown em todo o estado, segundo informações divulgadas pelo G1.
O Palácio dos Bandeirantes, no entanto, afirmou em nota que os prefeitos tem integral autonomia para adotarem medidas mais restritivas do que as normas estabelecidas pelo Estado. O que já ocorreu em municípios como Araraquara, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, com apoio do Governo de São Paulo. E mais recentemente pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas que antecipou feriados municipais e, com isso a capital terá m feriadão de 10 dias – de 26 de março a 4 de abril. Embu das Artes também já informou que aderiu ao feriadão.
Questionado, o prefeito de Cotia, respondeu por meio da assessoria de imprensa que não irá antecipar feriados.
Barreira sanitária
Em São Roque, os Vereadores Niltinho Bastos e Marquinho Arruda sugerem barreira sanitária nas entradas do município durante feriado prolongado em São Paulo.
Eles protocolaram na Câmara Municipal um Ofício sugerindo ao Poder Executivo que analise a essa possibilidade durante o feriado prolongado em São Paulo.
“A prefeitura de São Paulo antecipou feriados como forma de diminuir a circulação de pessoas e combater o Covid-19, sabemos que São Roque é um destino muito procurado por paulistanos aos finais de semana e feriados prolongados e, por esse motivo, acreditamos que as barreiras sanitárias são importantes para que a saúde da população de São Roque não seja prejudicada”, explicam os vereadores. O documento foi encaminhado ao Poder Executivo.
Estado tem recorde de mortes e novos casos
O estado de São Paulo bateu nesta-terça (23) um novo recorde, ao registrar 1.021 mortes provocadas pelo novo coronavírus em 24 horas, no seu pior dia desde o início da pandemia. O total de óbitos pela doença desde o início da pandemia chegou a 68.623.
O estado teve também grande número de novos casos nesta terça-feira, o segundo maior registrado desde o início da pandemia. Em 24 horas, foram contabilizados 20.942 novos casos, muito próximo do maior número já registrado: o recorde ocorreu no dia 10 de novembro, com 21.515 casos. Até o momento, o estado de São Paulo tem 2.332.043 casos confirmados de covid-19.
O número de pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) também é recorde em São Paulo. Atualmente, o estado tem 12.168 pessoas internadas em estado grave, além de 16.871 pacientes em enfermarias, maior número desde o início da pandemia. A taxa de ocupação de leitos de UTI já está em 91,9%.
No dia 6 de março, todo o estado entrou na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, em que somente serviços considerados essenciais podem funcionar. No entanto, como a taxa de isolamento não estava crescendo em níveis considerados satisfatórios, o governo decidiu endurecer ainda mais as restrições.
Com isso, no dia 15 deste mês, todo o estado entrou na Fase Emergencial, com medidas ainda mais restritivas. As aulas da rede pública foram suspensas, bem como jogos de futebol e cultos e celebrações religiosas coletivas. Foi estabelecido ainda o toque de recolher das 20h às 5h. A medida pretende reduzir a circulação do vírus e evitar uma sobrecarga nos hospitais.
Em entrevista coletiva na segunda (22), o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que, nas últimas quatro semanas, o estado presenciou um aumento de 110% no número de internações. Segundo o secretário, isso reflete no aumento de casos, registrado há, pelo menos, duas semanas.
No último fim de semana, já com as medidas mais restritivas em vigor, houve uma pequena redução no número de novas internações no estado, o que pode significar que essas ações podem estar começando a surtir efeito. “Temos algum indício. Por exemplo, o aumento de pacientes internados em leitos de UTI nos últimos três dias foi de 2,9%, no dia 19 de março, para 2,1% no dia 20 [de março] e 0,7% ontem (domingo). É possível que comece a haver [redução nos números, devido às restrições]”, disse o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Paulo Menezes.
Ele ressaltou que os resultados das restrições não são imediatos e só poderão ser observados, de fato, quando decorridas ao menos duas semanas. “Temos aproximadamente um ciclo de duas semanas para a interrupção da transmissão e a redução de casos e de internações”, explicou.
Ritmo da doença acelera em Cotia
Em Cotia, os casos e óbitos por covid-19 também aumentam em ritmo acelerado. Foram 131 novos casos positivos em 24 horas de acordo com boletim da Vigilância Epidemiológica, passando de 8.949 para 9.080 a soma de casos confirmados na cidade. Em 24 horas a cidade contabilizou 8 óbitos. De acordo com o último boletim haviam 54 pessoas internadas. A cidade possui 71 leitos dedicados esse tipo de atendimento.
(Com informações da Agência Brasil)
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