08/08/2024
VLT em Curitiba
por Elisa Nascimento
A expansão da Rodovia Raposo Tavares, prometida pelo governo estadual, representa um retrocesso para a mobilidade urbana de São Paulo. Ao priorizar o transporte individual, a iniciativa ignora os graves problemas ambientais e sociais que a cidade já enfrenta. A decisão de ampliar a rodovia, em vez de investir em alternativas mais sustentáveis, demonstra uma visão ultrapassada e pouco preocupada com o futuro da metrópole e seus arredores.
O Caos no Trânsito e a Degradação Ambiental
A ampliação da Raposo Tavares só fará aumentar o caos no trânsito da cidade, já que o número de veículos particulares continua crescendo. O consequente aumento da poluição do ar terá impactos diretos na saúde da população, principalmente nos grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Além disso, a obra exigirá a desapropriação de áreas verdes e a remoção de vegetação, causando danos irreversíveis ao meio ambiente.
A Desigualdade Social na Mobilidade
A priorização do transporte individual aprofunda a desigualdade social na cidade. Enquanto a população de alta renda tem acesso fácil a carros particulares, a população de baixa renda, que depende do transporte público, sofre com a falta de opções e com a precariedade do serviço. A expansão da Raposo Tavares apenas agravará essa situação, limitando ainda mais a mobilidade daqueles que mais precisam.
O VLT: Uma Alternativa Sustentável e Eficiente
Em contrapartida, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) se apresenta como uma solução mais eficiente e sustentável para a mobilidade urbana de São Paulo. Ao integrar diferentes bairros da cidade e oferecer um transporte coletivo de qualidade, o VLT contribui para reduzir a poluição, o congestionamento e a desigualdade social. Além disso, o VLT é um investimento de longo prazo que pode impulsionar o desenvolvimento urbano e gerar empregos.
Conclusão:
É urgente que São Paulo invista em soluções de mobilidade urbana sustentáveis. O VLT é apenas um exemplo das diversas alternativas que podem transformar a cidade em um lugar mais justo e habitável. A expansão da Rodovia Raposo Tavares, por sua vez, representa um retrocesso que deve ser revisto. A cidade precisa de um planejamento urbano que priorize o transporte público, a bicicleta e a caminhada, e que promova a integração entre os diferentes modais de transporte.
Chamada para Ação:
É fundamental que a sociedade civil se mobilize e pressione os governantes para que escolham um caminho mais eficiente e sustentável para a mobilidade urbana de São Paulo. É hora de dizer não à expansão da Raposo Tavares e sim a um futuro com mais qualidade de vida para todos.
Elisa Nascimento é uma mulher dedicada ás causas da região do Butantã, moradora na Rodovia Raposo Tavares nestes últimos 15 anos, natural do interior de São Paulo, onde cresceu imersa na agricultura familiar. Agora, aos 60 anos, ela é uma defensora incansável do meio ambiente em São Paulo. Seu compromisso se reflete no cuidado dos parques, praças e áreas verdes da cidade, além de seu envolvimento na produção de hortas em agroecologia sintrópica, promovendo educação socioambiental. Elisa personifica a conexão entre sua história de vida e seu trabalho pela sustentabilidade e beleza de São Paulo.
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