07/06/2022
As últimas notícias dão conta de que o atual objeto de desejo dos pais brasileiros que podem pagar escolas privadas para seus filhos é a escola internacional. A escola internacional oferece aulas em inglês e português, filia-se a associações internacionais, às vezes utiliza materiais estrangeiros, promove intercâmbios. É, em suma, uma opção muito interessante para famílias estrangeiras que aqui residem, ou, brasileiras que vão morar no exterior.
Antes dessa novidade, no campo da educação, a moda é a educação finlandesa.
A educação finlandesa acontece num país de cerca de seis milhões de habitantes, sendo que na capital, Helsinque, reúnem-se cerca de oitocentas mil pessoas. Só por esse motivo, já seria impossível cogitar-se a educação finlandesa para nossos moldes quase continentais. Vamos além, mencionando alguns dos fatores e fatos presentes na educação finlandesa na breve reflexão que apresentamos aqui.
Na Finlândia, é uma ação condenável levar filhos à escola de carro. Crianças e jovens são encorajados a “se virar”, a autonomia é um dos valores mais buscados na formação dessas crianças e jovens nórdicos.
O nível de formação intelectual de mães e pais da nacionalidade aqui referida é alto, homens e mulheres leem muito e incentivam, desde sempre, seus filhos a fazerem-no também.
Todas as escolas de ensino fundamental e médio (escolas secundárias) funcionam em período integral no país em questão.
Mesmo nas escolas mais elitizadas, há cozinhas, oficinas, onde se aprende fundamentos da hidráulica, da mecânica, a preparar refeições, a consertar aparelhos, a costurar, entre outras habilidades.
Aulas em praças, jardins botânicos, espaços naturais são constantes nas escolas. A proximidade com a natureza é muito incentivada, obrigatória, mesmo.
A média de alunos por sala no ensino fundamental é de vinte alunos no máximo. Além disso, não se ensina a ler antes dos sete anos, nem língua estrangeira antes de se completar o ciclo de alfabetização; dessa forma, nenhuma criança aprende inglês antes dos nove anos.
Formar alunos ativos e curiosos são objetivos que acompanham a competência na projeção futura desses estudantes – alunos “amigos” do conhecimento, com vontade de saber mais não são produzidos apenas com provas, aulas de inglês e conteúdo acadêmico.
O ensino de artes é muitíssimo presente na vida dos alunos, através de exposições de desenhos, fotos, mostras de textos literários, recitais de poesias. Nas paredes, portas, pátios das escolas, uma multitude de cores, formas, palavras visitam cérebros e sentidos da comunidade que por ali circula.
Outro termo em pauta no nosso vocabulário atual refere-se a habilidades socioeducacionais. Para desenvolvê-las, ou seja, para formar crianças e jovens que saibam trabalhar, produzir, sentir emoções e processar ações e sentimentos articulando-os a seus semelhantes e diferentes, é preciso tempo e espaço – é nos horários livres, sem a mediação do adulto, que os alunos aproximam-se, afastam-se, identificam-se, ficam alegres ou tristes, reconhecem a si mesmos através do outro; vivem, enfim.
Considerados todos os aspectos aqui apontados, a conclusão lógica a que se chega é que as famílias vêm, então, buscando experiências escolares renovadoras e renovadas, que contemplam conteúdos ecológicos, ações interdisciplinares, pensamentos globalizados e planetários, novas práticas educativas, não é?
Não, não é. Os pais, em sua maioria, seguem buscando o ensino que faz sentido para eles, mantêm-se fiéis às escolas e grifes escolares que trazem mais segurança a eles, adultos já formados!
O mundo de incertezas, impermanências e visibilidade turvada que se acerca demandará seres humanos diferentes daqueles que a escola tradicional preparou e formou até hoje...
Terezinha Fogaça de Almeida / Escola Ágora
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