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Já Rolou - Aconteceu em Cotia o 1º Encontro de Visibilidade Trans, Gênero, Diversidade e Políticas Públicas

26/01/2023




O 1º Encontro de Visibilidade Trans, Gênero, Diversidade e Políticas Públicas  foi organizado pelas Secretarias de Saúde e dos Direitos Humanos, Cidadania e Mulher, lotou  o auditório do Paço Municipal na quarta-feira 25/01.  O evento trouxe informação, conscientização, depoimentos e reflexões em comemoração antecipada do Dia Nacional da Visibilidade Trans [29/01]. Cotia que é percursora do tema, inaugurou em dezembro de 2021 o primeiro núcleo de Atendimento às Pessoas Trans e Travestis das regiões Oeste e Sudoeste da Grande São Paulo. 

Foram inúmeras manifestações de ativistas,  profissionais da saúde e de autoridades políticas, como a codeputada estadual da bancada feminina do PSOL, Carolina Iara que é Intersexo.  Na abertura, a vice-prefeita e Secretária dos Direitos Humanos, Cidadania e Mulher,   Ângela Maluf, pediu logo no começo um minuto de silêncio pela morte da drag queen Kaká Di Polly, na segunda-feira (23/01). Formada em psicologia, Kaká foi uma das pioneiras na noite LGBTQIAP+ de São Paulo. "Peço um minuto de silêncio por Kaká e por todos que lutaram pela causa e morreram. Estamos aqui, somos resistência", disse Ângela  que há 17 anos mantém uma relação homoafetiva. “Atendemos pelo SUS homens que menstruam e mulheres que têm próstata.” , afirma a vice prefeita, que é professora concursada e ativista pela Cultura de Paz. 

 “Não é necessário ser trans para se engajar na causa”

Durante o evento, Nélio Girardo falou sobre o Núcleo de Atendimento às Pessoas Trans e Travestis que funciona no SAE/CTA de Cotia. “Não é necessário ser trans para se engajar na causa”, disse Nélio. Também fizeram uso da palavra: a advogada Alexandra Pericão, Presidente da Comissão de Diversidade da OAB de Cotia; Jenifer Bittencourt Dias, ativista das causas LGBTQIAP+; Paulo Bafile, médico, poeta e escritor; Kelvin Valentin, mestre em História, professora de inglês, escritora e articuladora cultural e também o homem trans Renato Oliveira, funcionário público da Educação de Cotia.

As falas tiveram em comum a dor da pessoa trans frente ao preconceito na família, escola, igreja e na sociedade em geral.  A importância da educação de qualidade e empenho para enfrentamento na luta e o treinamento dos profissionais da saúde para saberem lidar com os casos que saem da normalidade de gênero padrão, foram temas recorrentes além da  importância de políticas públicas a favor dos LGBTQIAP+ . Com microfone aberto no final, os presentes tiveram seu lugar de fala. 

O evento emocionou vários presentes e fechou com afinada voz do coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas Trans e Travestis de Cotia, Nélio Girardo, em dupla com  o médico Paulo Bafile no violão, que apresentaram a canção 'Sujeito de Sorte', de Belchior, puxando o coro da plateia no refrão: 'Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro'.


Bom saber:


A sigla LGBTQIAP+ , que começou começou com GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) na década de 90,  cresce a cada ano e hoje representa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e +


Conforme o  "Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras", da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), entregue ao Ministério dos Direitos Humanos, nesta quinta 26/01, o Brasil é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo. Esta situação demonstra o quanto a sociedade precisa falar, se informar, refletir e gerar políticas públicas a favor da diversidade.




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