12/01/2006
Apaixonado pelo que faz, Manoel Beato é hoje um dos sommeliers de maior prestígio. É por isso que ele vem saindo tanto na mídia. Participou do programa da Ana Maria Braga, deu entrevista para a revista Gula, fez uma propaganda do Banco Bradesco, e assim vai. Foi um final de ano (e início) concorrido em sua agenda – imagino eu.
Manoel trabalha no Grupo Fasano há 11 anos e seleciona os vinhos da Enoteca Fasano. Tem uma maneira cativante de trabalhar e de lidar com seu público.
Em uma recente entrevista ele contou sobre sua profissão e como chegou ao patamar em que está.
1) O que o levou a se interessar por esta área?
R: A riqueza e a diversidade que compõem o mundo do vinho.
2) Como tudo começou?
R: Eu estudava Letras e comecei a fazer bicos como garçom. Foi aí que comecei a me interessar por esta área.
3) Como foi sua primeira experiência profissional?
R: Foi em um buffet. Fiz três trabalhos como garçom e depois comecei a trabalhar em um restaurante em Assis.
4) Quanto tempo você levou para chegar ao cargo em que está?
R: Treze anos
5) Você acha que o Brasil está crescendo nesta área: contratando mais sommeliers para seus restaurantes e para dar consultoria?
R: Ao mesmo tempo em que cresce o número de sommeliers no Brasil, falta gente que dê o sangue para isso, que se dedique, sommeliers que estejam dispostos a viajar e dedicar parte de seu tempo ao vinho.
6) Você acredita que o mercado conseguirá absorver toda a oferta de sommeliers formados?
R: Faltam bons sommeliers. Os que forem consistentes e bons terão emprego.
7) Como você analisa a profissão de sommelier no Brasil?
R: Houve uma melhora, mas poderia ser melhor. Falta gente com paixão e dedicação pelo que faz, gente que renuncie a algumas coisas de que gosta.
8) Os cursos de especialização no Brasil são bons?
R: O curso da ABS é muito bom, de nível internacional.
9) O que um estudante que pretenda seguir carreira deve enfocar?
R: É preciso dedicação e curiosidade. Tentar pensar o vinho, ter opiniões próprias, degustar com pessoas que conheçam mais, viajar para regiões vinícolas e conversar sempre com pessoas da área.
10) Você acredita que nesta área as mulheres têm as mesmas oportunidades que os homens?
R: Não, porque o Brasil é um país machista.