25/08/2016
Repara, a todo momento uma situação é criada à sua volta e é desfeita também. Seu dia é feito disso. Uma série de situações que vão se desenrolando até você fechar os olhinhos à noite, na cama, e mesmo ali as situações continuam a ser criadas nos sonhos, no quarto, na casa...
Já que posso escolher entre muitas possibilidades de interpretar nossa vida humana na Terra, resolvi acreditar que aqui é mesmo uma escola – afinal o que mais fazemos que não seja aprender diariamente?
Se cada pessoa envolvida nesta escola assumir a responsabilidade por seu aprendizado nosso mundo muda. Quer apostar?
Pensa: numa briga, num conflito, numa dessas milhares de situações que nos acontecem, quando algo dá errado o que fazemos? Olhamos para o outro. Percebemos o que ele fez de inadequado. Repara em todas as vezes que acontece um conflito e verá que é desse jeito que vai se desenrolar. Presta atenção nas falas que são ditas.
E assim, então, se perde a oportunidade de aprender com a situação. Por isso talvez que alguns temas continuem a se repetir nas nossas vidas.
Se eu não agir assim, se você não agir assim o mundo muda. Se eu olhar para mim, em vez de enumerar as besteiras que o outro fez, e pensar: “o que está disponível aqui para eu aprender?” Aí eu evoluo e o outro, se fizer o mesmo, evolui. Evoluímos porque aprendemos algo sobre nós e vamos nos tornando cada vez mais capazes de escolher, em vez de sermos escolhidos por aquilo que não conhecemos sobre nós mesmos.
As situações são as oportunidades. Milhares delas, disponíveis o tempo todo.
Como se aprende? olhando a situação, como já bem disse, e percebendo o que está se passando dentro: “Estou com raiva? Que movimento estou querendo fazer? Que pensamentos, sentimentos e sensações estão me habitando? Quem eu sou? Que pensamentos produzo? E por que? Onde aprendi isso? O que quero escolher fazer nesta situação? Como vou me posicionar? Quero ser ética? Quero subjugar o outro?”
Parar de se dar razão nos conflitos, e em vez disso, fazer a lição, aprender e escolher. Uma escolha que não é reação, que não é para jogar para o outro o erro.
Aliás, não acredito em certo e errado e sim em correto ou incorreto. Nem em bem ou mal e sim em construtivo ou destrutivo. Quero tirar o gosto/ não gosto da minha boca. Toda hora pipocando ali! E tirar também o feio e bonito. Sim, existe, mas o feio é bonito, dependendo da interpretação e o bonito é também feio.
Já imaginou um mundo não categorizado? Isso também muda o mundo.
Lembro do Rabino Nilton Bonder. Ele disse num livro: “nem tudo que é correto é bom, nem tudo que é bom é correto”. Entendi que essa fala era uma liberação para o que é bom, mesmo não sendo correto.
Depois aprendi um pouco mais sobre mim e evolui – acho – e hoje entendo que o correto é preferível, porque o correto não corre o risco de lesar o outro. O bom é muito bom, mas quando ele é só gostoso, por exemplo, tem um custo alto deixar de ser correto para conseguir esse gostoso.
Quem sou eu para dizer do correto? Ainda aprendendo a conhecer minhas artimanhas para deixar de obedecê-las. Conhecer minhas confusões, minha visão curta... muito por fazer nesta escola.
A consciência é o diploma! Árduo chegar até lá! Qual será a próxima situação que vai se apresentar? Qual é minha participação nela? Estou construindo ou destruindo? O que vou aprender? O que vou escolher?
Foto: Ligia Vargas