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Planeta Eu

A mulher peixe! Olho para minha filhota Taís recostada no banco do metrô em Paris e vejo seus lábios fechados tão bem desenhados e penso que a coloquei sobre a Terra, e que ela ao vir ganhou esse corpo, esse rosto

28/08/2012



Olho para minha filhota Taís recostada no banco do metrô em Paris e vejo seus lábios fechados tão bem desenhados e penso que a coloquei sobre a Terra, e que ela ao vir ganhou esse corpo, esse rosto. Em seguida penso que, ao contrário, ela me “usou” para vir, foi meu corpo o seu veículo.

Uma terceira hipótese é que fizemos um acordo, combinamos dela vir através de mim, exatamente como estamos combinando hoje de nos encontramos mais tarde com amigos na rua dos judeus.

Paris é grande e desconhecida para nós, assim como é o Planeta quando nascemos por aqui, por isso é bom sempre fazer bem os combinados. Pensar em alternativas caso algo dê errado e prestar atenção nos nossos relacionamentos, vai que estamos marcando encontros para as próximas vidas!

Andando pelas ruas de Basel na Suíça vimos pessoas sendo levadas pela correnteza do rio Reno que corta a cidade. É um rio largo, onde passam muitos barcos grandes. Suas margens ali próximas ao centro histórico são como uma praia para os moradores no verão.

Resolvemos experimentar. Fizemos como eles, compramos uma sacola bem colorida em forma de peixe que todo mundo usava, colocamos ali nossas roupas, sapatos, bolsa e dobramos sete vezes a borda da sacola para não entrar água. Quando ela é fechada vira uma pequena boia e com ela entramos na água.

A correnteza é forte e apesar de muitas pessoas estarem fazendo a mesma coisa deu medo. Quando estávamos passando embaixo de uma das pontes um bando de meninos de cerca de doze anos resolveram pular lá de cima. No rostinho deles excitação e nenhuma responsabilidade. Perigosamente caíram muito perto da minha irmã.

Bom, entre mortos e feridos, salvaram-se todos! Descemos os rios outras vezes, numa delas a noite, passando atrás de um palco que ficava dentro do rio também, no momento do show. Nada mal!

Tão gostoso me sentir levada pela água naquele grande rio. Pequena ousadia com grande impacto lá dentro, no meu coração.

Quando fui para a cama naquela noite num albergue lindo que há na cidade sentia ainda a correnteza forte passando pelo meu corpo e me veio clara a sensação de que o tempo todo estamos sendo levados, como eu no rio, vida afora.

Da segunda para a terça-feira, do dia para a noite, de agosto para setembro e depois para o Natal, dos meus cinquenta e tantos anos para mais anos ainda e vamos e vamos o tempo todo até a morte e talvez a correnteza continue e nasçamos de novo e, conforme os combinados, nos encontramos e logo já crescemos, viramos mães, pais, avós e lembranças e depois esquecimento e aí talvez de novo voltemos... Ou viramos apenas um pozinho que se mistura a terra, que vira adubo, que isso e aquilo... o movimento aqui também não cessa!

Leio que o Rio Reno já foi muito poluído e que por vinte anos os seis países banhados pelo rio uniram esforços para limpá-lo. Ele nasce nos Alpes Suíços e desagua no Mar do Norte.

Seu nome tem origem celta e significa fluir!

Rio Fluir, rio professor me contou que estou num movimento muito maior do que consigo perceber. Posso tentar nadar contra, me segura nas boias que há no caminho até meus braços não aguentarem, mas não há como deter a correnteza que me leva.

Sou tão pequena, uma gota nessa tanta água, melhor se me entrego, se aprecio à força que me leva, se lembro de olhar nos olhos de quem viaja comigo, se entendo de vez que o melhor é deixar tudo... fluir!


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Jany

Escritora e Focalizadora de Dança Circular no UlaBiná.

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