11/10/2005
Pra contar este causo, vou usar apenas o diálogo das duas personagens em questão: um touro garanhão e uma vaca que, naquele dia, tava com uma danada de uma vontade de ter um caso de amor com o dito cujo touro.
Porém, para desespero da vaquinha regateira e fogosa, havia uma cerca de arame farpado entre os dois. Um deles pertencia a uma fazenda e o outro era de outras paragens. Estavam se conhecendo naquele dia.
VACA(se insinuando) – Vem, touro. Óia eu aqui! Fresquinha ...bonitinha...esperando um touro bonitão como ocê.
TOURO – Mas como é que eu posso ir aí desse lado? Ocê num ta vendo essa grande cerca a separa a gente?
VACA – Ah, mas dá um jeito, uai. Ocê num é macho? Ocê num qué fica numa boa comigo? Eu tô num fogo que num me agüento. Vamo lá. Cria coragem e pula essa mardita cerca aí, siô.
E toca a requebrar as cadeiras, cada vez mais insinuante.
TOURO(já em ponto de bala) – Mas cume que eu faço? Bem que eu tô cum vontade de traça ocê, mas cum essa cerca aí fica difícil. Ela é muito arta.
VACA(mais dengosa ainda, requebrando) – Ué! Dá um jeito. Faz um sacrifício. Ocê num é o bão dos pastos? Vem que ocê vai vê cumu vale a pena...
O touro, não agüentando mais de vontade, afasta-se uns 10 metros para pegar velocidade e ...tiummmmm: pula a dita cerca.
Um bom tempo se passa e a vaca fica surpresa, vendo que o touro está tristonho e sem graça.
VACA – Então, touro? Ocê fez este grande sacrifício, pula a cerca, consegue chega até aqui...e agora fica aí amuado, sem tomá nenhuma iniciativa?
TOURO – É! Ta certo que eu consegui pulá...mas óia lá o que ficô pindurado nessa mardita cerca...