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Paia...Assada

O Samba Autor: Pompilho DinizO samba nasceu assim:Já era madrugadinha,A cuíca e o tamborimDescendo o morro já vinhaOnde quase a noite inteiraTocaro na gafieraEm homenage a ZefinhaFoi ela, porta-bandeiraBaliza do carnaváRainha da gafieramais outras coisas pru lá--Onde tivesse Zefinhamalandro perdia a linhae as cabrocha o reboláCarioca e baianinhoDois malandro, dois riváTão respeitado no pinhoCumo também no punháForam gostá de ZefinhaQue há muito tempo já vinhaQuerendo os dois namoráCarioca , conhecidoNo

17/08/2006



Autor: Pompilho Diniz

O samba nasceu assim:
Já era madrugadinha,
A cuíca e o tamborim
Descendo o morro já vinha
Onde quase a noite inteira
Tocaro na gafiera
Em homenage a Zefinha

Foi ela, porta-bandeira
Baliza do carnavá
Rainha da gafiera
mais outras coisas pru lá
--Onde tivesse Zefinha
malandro perdia a linha
e as cabrocha o rebolá

Carioca e baianinho
Dois malandro, dois rivá
Tão respeitado no pinho
Cumo também no punhá
Foram gostá de Zefinha
Que há muito tempo já vinha
Querendo os dois namorá

Carioca , conhecido
No morro pindura saia
Como malandro temido
No manejo da naváia
Baianinho na pexera
Ligero na capoera
Também no rabo-de-arraia

Nessa noite, sêo doto
Quizero a limpo tirá
Toda essa rixa de amô
Pra ver quem ia ficá
Com a cabrocha facera
Rainda da gafiera
Baliza do carnavá.

Carioca arreliado
Querendo mostrar valô
Naquele passo gingado
De malandro brigadô
Com corage e desasombro
Bateu com força no ombro
Do Baianinho e falô:

----Faz a pista, Baianinho,
comigo tu não tem vez.
Chuta a erva de mansinho
Passa as férias que tu fez
Dá o pira e não me amola
Se não a justa te esfola
Numa fria do xadrês

---Sê besta, cabra da peste
pensa que eu ligo, naváia ?
comigo o nego que investe
eu toco um rabo—de arraia,
mermo no pé to toitiço,
que ele roda iguá caniço
e corre quiném “biscáia”.

Baiano, mora a jogada,
Te manca, não me faz pó
A morena foi na cantada
Desguia, me dexa só
Vai, meu chapa, dá no pé
Sabe o papai cumo é...
Eu te fecho o paletó...

---Pois mete os peito, bichim,
pra tu ver que bicho dá..
eu não sou pau de cupim
pra frumiga se atrepá..
na ponta dessa pexera
teu corpo vira penera
de tanto eu te futucá

Em dois segundo despois
Cruzaro rabo-de-arráia
Travou-se a luta dos dois
Pexera contra naváia..
E a batucada bem forte
Marcou a dança da morte
No morro pindura sáia.

Era um ritmo diferente
Dos batuque dos terreiro
Dançado por dois valente
Num passo curto e ligero
Onde a força e a destreza
Acompanhava a beleza
Da cadência do pandero.

Dês vez em quando se ouvia
O carioca gritá:---
Baiano...chego teu dia,
Dessa vez vou te cortá
E os dois naquela manobra
Davam bote que nem cobra
E pulo quiném preá.

Cortou fundo a navaiada,
Baiano ficou maluco,
Rodopiou na pernada
Bem na bera do cavuco
E disse franzindo a testa
----carioca da molesta
não me venha, que eu FUTUCO.

----não FUTUCA- TE FUTUCO
----não futuca- te futuco

E a cuíca acelerada,
Continuou na toada...
Te futuco-não futuca
Te futuco não futuca...
Te futuco – não futuco
Te futuco- não futuca
Te futuco- não futuca...

E forte rufou o pandero...
Entre os soluços do pinho
Carioca e Baianinho
Rolaro o despenhadero.
Nessa noite o morre inteiro,
Cantando...chorou, gemeu..
E foi assim que nasceu..
Nosso samba brasileiro

*Poemas selecionados e declamados por Rolando Boldrin no programa Sr. Brasil.


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