22/12/2005
Papai noé os menino me contaram
Lá na escola onde eu vô
Que o senhô atende os pedido
Dos rico dos pobre oprimido
Mandado por nosso senhô
Me contaram inté que é
Só ponha capim em baixo da cama
E drumi prá esperá
Mais papai noé prá começá
Nem cama eu tenho prá mim drumi
Eu tenho é uma estera véia
Remendada que dá pena inté de oiá
Brinquedo intão nem é bão falá
Trem de ferro,aeropraninho,sordadinho
Eu só cunheço de nome
Só de ouvi as outra criança cumentá
Que vale que o pai falô
Que a inveja num tem valô
Pro caboclo lutadô
Mais eu te juro papai noé
Quando eu escuito uma criança
Do meu bairro cumentá
Eu sinto que o micróbio da inveja
Cumaça logo a me atacá
Ói papai noé,pro senhô eu num tenho segredo
Inté hoje eu só tive dois brinquedo
Primero tive um potranco
Que era todinho branco
E bonito como que
Mais depois os negócio apiorô
E o pai teve que vendê
Despois me deram o pinhão
Esse cachorrinho bão
Que mi ajuda adiverti
Nas agua do riberão
Nadando daqui prá lí
Há! O senhô persisava vê papai noé
Quando eu dô um merguião
Custando pra parecê
Num é de vê
Que o danado do vira-lata lati desesperado
Pensando que eu vo morrê
Mais ói,papai noé,já que nóis temo prosiando
Já que a gente ta cunversando
O meu pedido eu vou fazê
Faz a minha mãe alevantá
Faiz dois ano que ela num sabe o que é natá
Faiz dois ano que a coitada
Passô a tussi,tussi
Num isforço danado lá na cama
Prá podê arresistí
Se o senhô me atendê
Eu podia inté lhe entregá
O meu único amigo bão
O meu cachorrinho pinhão
Que eu custei tanto a ganhá
Mais o senhô pode ficá com ele ou então
Fazê presente pra outra criança
Que o senhô quisé dá
Eu te prometo fica cuntente
Memo com vontade de chorá
Mais óia papai noé
Num esqueça o meu pedido
Quando chegá o natá
Pru favô
Faiz a minha mãezinha sará
Lulu Belencase