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Paia...Assada

O (não) pagador de promessas Tem o causo do candidato que prometeu realizar coisas durante a campanha e foi cobrado pelo capiau eleitor

02/02/2006



Tem o causo do candidato que prometeu realizar coisas durante a campanha e foi cobrado pelo capiau eleitor. Foi assim: conta-se que depois de uns dois anos de eleito, aquele governador se encontra, nas escadarias do Palácio, com um capiau. Este, sem reconhecer o dito cujo, lhe pergunta:
CAPIAU – Ó moço! Me faz um favô? É aqui que a gente cumbérça com osinhô governadô? É aqui que ele mora?
GOVERNADOR (disfarçando) – É sim, meu bom roceiro.
Mas posso saber o que o senhor quer falar com o nosso governador?
CAPIAU – Craro que o sinhô pode. Pois eu vim aqui na casa dele pramode falá umas verdade.
GOVERNADOR ( curioso e brincalhão) – E posso saber que verdades são essas?
CAPIAU – Pode sim, ué. Pois eu falo sempre às craras. Nu sô cumo esses político sem vergonha e inroladô que tem por aí, não. Esses sim são uns safados, mintiroso, que gosta de imbromá os inleitô. Nas campanha pra mode ganhá os voto da gente, eles promete tudo. Despois que são inleito, se isquece do que falô e fica tudo nu bem bão, só tomando bebida cara e comendo dus mió.
Governador (mais curioso ainda) – E o senhor veio falar com o governador sobre o quê? Alguma promessa que ele fez na campanha e não cumpriu?
CAPIAU – Pois o sinhô acertô na mosca. O sinhô imagina que eu moro na cidade de Pau Furado há um punhado de légua daqui. Quando esse amardiçoado teve lá nus comício dele, disse e redisse que ia fazê um punhadão de coisa boa pra gente... de melhoria na cidade... e tudo o mais. E agora já passado dois anos o pestelento nunca mais apareceu e fica só se gabando nas televisão aí. Inda ôtro dia eu pude vê o miserávi no programa do Gugu. Falô e falô e num disse nada que preste. Lá na minha rua, adonde eu moro, na cidade de Pau Furado, tem um córgo (córrego) que passa no meio. E lá tem uma pinguela (pequena passagem de paus) toda podre. Pois intão. Quando esse tar parasita do inferno... esse tar que diz que guverna mas na verdade ele tá é mamando nas têta da gente.... quando ele teve lá nus cumício de campanha, prometeu construí ali, no lugá da pinguela, uma ponte bunita, pro pessoá travessá im segurança... principalmente as criança.
GOVERNADOR (cara de pau) – E ele não realizou a benfeitoria prometida?
CAPIAU – Que nada, sêo moço. A pinguela continua lá.
GOVERNADOR – O que é que o senhor vai falar com ele? Como o senhor irá se dirigir ao nosso governador?
CAPIAU (cuspindo fogo) – Se ele falá que num vai fazê a tar ponte, eu vô mandá ele pros quinto dus inferno com a politicage dele. Vô xingá a famía dele intera, de tudo quanto é nome.
O simpático governador dá uma risadinha e se despede do caipira para começar o seu dia de trabalho, que coincidentemente naquela hora era para atender reivindicações do povo. E, para começar o seu dia com humor, manda que seu secretário introduza em seu gabinete aquele capiau reclamante enfurecido.
Ao entrar, e reconhecer o governador, o nosso cumpadi simples da roça leva um susto, mas se recompõe diante da primeira pergunta do político.
GOVERNADOR – Pois bem, vamos lá. Qual é a reclamação, roceiro?
CAPIAU (rodando o chapéu na mão, cabeça baixa, sem jeito e quase gaguejando) Eu vim... aqui... pru que o sinhô falô pra nóis que ia fazê uma ponte onde tem a pinguela e inté hoje num fez. Eu vim cobrá a promessa.
GOVERNADOR (fingindo aspereza) – Olha aqui, meu amigo: o governo tem coisas muito mais importantes a fazer do que ficar envolvido com coisinhas como é o caso dessa pinguela aí. Não vou fazer ponte nenhuma. E daí?? O que é que há?
CAPIAU (ainda gaguejando, arremata) – Que que há? O que que há é que a coisa é daquele jeito que nóis dois cumberçamo lá fora, mêmo, uai... Tá bão?
E sai pisando duro, rumo ao município de Pau Furado.


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