TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 | Quem Somos | Anuncie Já | Fale Conosco              
sitedagranja
| Newsletter

ASSINE NOSSA
NEWSLETTER

Receba nosso informativo semanal


Aceito os termos do site.


| Anuncie | Notificações

Paia...Assada

Ara, que susto danado! Um caminhão velho, desses de carregá tranquera nas fazendas e trabalhadores de roça, foi encarregado de buscar no comércio (cidade) um caixão de defunto para ser usado por um dito cujo que tinha falecido lá praquelas redondezas da minha querida ( de novo) São Joaquim

23/03/2006



Um caminhão velho, desses de carregá tranquera nas fazendas e trabalhadores de roça, foi encarregado de buscar no comércio (cidade) um caixão de defunto para ser usado por um dito cujo que tinha falecido lá praquelas redondezas da minha querida ( de novo) São Joaquim.
Lá vinha o caminhão pelas estradas empoeiradas da tal fazenda do falecido, levando em cima da carroceria um caixão de defunto, sem nada dentro (é claro, pois o dito defunto morto ainda tava quente lá na casa de moradia dele).
Eis que, ao passar por um capiau que caminhava na mesma direção, o motorista do dito cujo é interpelado na tentativa do referido capiau cavar com isso uma bêra, que é como lá praquelas bandas se fala quando alguém quer uma carona. O capiau queria evitar umas boas léguas de caminhada a pé.
CAPIAU (para o motorista) – Oh, moço! Será que o sinhô pode me dar uma bêra até o Lageado?
MOTORISTA – Pode trepá lá em cima, coió. E óia: lá na carroceria tem um caixão de defunto, mas o sinhô não se preocupe porque tá vazio. Tô levando ele pra servir prum morto que morreu essa madrugada.
CAPIAU (trepando) – Brigado, moço.
O capiau sobe na carroceria e o caminhão segue caminho. De repente, começa a chuviscar uma chuvinha boa de molhar milharal e outras roças de lá. O tar capiau tinha tomado remédio quente e, portanto, não poderia levar aquele chuvisqueiro na cachola. O que foi que ele fez? Abriu a tampa do caixão de defunto vazio e se agasalhou dentro lá dele, de um jeito até que bem gostoso. Fechou o caixão com a tampa, sem medo de nada, pois se tratava de um caso extremado de cuidado.
Acontece que, conforme o caminhão passava na estrada, outros capiaus que iam a pé também pediam bêra, chegando mesmo a formar uns 20 e tantos capiau em riba daquele caminhão. E a chuva engrossando.
De vez em quando, um daqueles capiaus olhava para o outro e comentava, olhando para o caixão: ``Coitado desse aí, heim? Foi pra mió, né?´´ Os capiaus achavam naturalmente que ali tinha um defunto fresco, pois o motorista ia sempre avisando: ``Óia. Pode subi, mas num liga praquele lá de riba, não´´
Eis que, de repente, a chuva dá uma parada boa, arreganhando até um tiquinho de sol. Foi nessa hora, dessa estiada que falo, que o capiau que ia dentro do tal caixão de defunto abre num impacto a tampa e, sentando-se num gesto brusco, pergunta a todos:
CAPIAU (dentro do caixão) – Cumé, moçada? Já parô de chuvê no mundo?
Nem é preciso dizer o que aconteceu. Foi capiau pra tudo quanto era lado, com o caminhão em movimento.


Veja mais

Fordinho 29
Caipira não se aperta!
O Cotuba e suas tiradas
Um causo de viajante
Era um barbeiro pra lá de bom
Pito do Inquilino
Êta caboclo unha de fome
Nos tempos do cangaço (eu disse can-ga-ço)
Ligações que custaram caro
A galinha americana
O que é que ocê me diz, cumpadi II
O Tédio
Carro de Boi
Oração Gaúcha
Brinquedo de escondê
Confissão de Caboco*
Balada Negra*
Chico Beleza*
A Flor do Maracujá*
Estradas*

 


Rolando Boldrin

Rolando Boldrin

Conta causos fazendo a gente saborear o modo gostoso de uma boa prosa.

ATENÇÃO!
SR. BRASIL, programa de Rolando Boldrin
TV Cultura: Sábados 19:00 h / Domingos 10:00 h

Pesquisar




X



































© SITE DA GRANJA. TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 INFO@GRANJAVIANA.COM.BR