06/12/2024
O mundo é o que se vê. Os olhos são pares de janelas a receberem luzes. No entanto, suas abas se abrem com a energia de cada pessoa a comandá-las. Por vezes, à espreita numa nesga de pouca luz e, por outras, a admirar uma ampla e luminosa paisagem. O mais lindo de tudo é que os olhos só recebem luz e a envia para a escuridão. E é nesse breu, no fundo da caixa craniana, que a corrente elétrica, acionada pelos botões dos olhos, clareiam a mente.
Nesse salão craniano iluminado, com seus vales, montanhas, sulcos e circunvoluções, que os brilhos saltitam por toda a parte. Como um céu limpo e noturno, com suas estrelas mais distantes, que ora estão num ínfimo brilho, ora somem na escuridão.
A acuidade varia pelos desejos das janelas, já que não são os mesmos para cada uma. A luz da Estrela Maior se espalha para todos, com mínimas variações angulares. O que muda é a busca desejosa das janelas e a mente de quem abre suas abas.
Ver a luz é uma habilidade aprendida desde o nascimento. Aprimora-se a visão a cada emissão luminosa, ansiada pela curiosidade dos olhos a brilharem na mente. É muito interessante que, com o passar dos anos, as janelas vão se embaçando. As luzes que penetram as retinas se tornam mais difusas. Elas chegam escurecidas, com os olhos espremidos na tentativa de agrupar a luz em um facho decifrável.
A beleza de tudo é que o tempo passa, embaça as retinas, mas a mente se amplia plena de luz nas suas estrelas do céu craniano. É dessa forma que um pequeno raio luminoso aciona os botões dos olhos já opacos, acendem a imensidão de pontos luminescentes da mente humana.
Os olhos aprendem a ver o mundo. Cada criança nascida é exposta à luz Divina. Portanto, cabe aos mais vividos e estrelados, possibilitá-las às aberturas das suas abas a captar boas luzes, para que o mundo seja cada vez mais humano. Orientá-las a terem olhos de ver o mundo. E que suas luzes iluminem a todos no caminho de um mundo adulto melhor, a emanar brilhos ao alcance de outros olhos.
Márcio Macarini, 21 de novembro 2024