17/06/2010
Há relativamente pouco tempo, houve uma mudança na nomenclatura das chamadas doenças mentais, que adotaram a terminologia "transtornos" em lugar da tradicional "psicose". Transtorno, como o termo sugere, refere-se mais a um estado transitório, que vai e retorna, dando a impressão de impermanência, ao contrário da implacável psicose. A patologia parece estar sendo vista assim de uma forma mais branda, mais tolerante e menos drástica, talvez uma admissão de que todos nós, os normais(!), em algum momento estivéssemos sujeitos a perder a razão ou o juízo. E quem não perde, quem nunca "saiu de si" e depois voltou? Nestes tempos de vida corrida, quase insana que levamos, é como se a sombra do louco que habita todos nós tivesse ganho um pouco mais de espaço em nossa mente, avançando silenciosamente em seu lado mais iluminado. Assim, transitaríamos entre muitos graus entre o são e o insano, cuja distinção parece cada vez mais tênue. Difícil missão para aqueles que se encarregam de procurar o ponto de equilíbrio mental do homem. Sem contar como mente a mente... Mas essa é uma outra história!
Bem, para nos mantermos atualizados e uma vez ou outra identificados com os ditos transtornos, vão aqui alguns dados.
Entre os Transtornos de Personalidade, temos o TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo, no qual a pessoa desenvolve um comportamento repetitivo, sem controle sobre ele, como checar repetidamente se trancou portas, lavar exageradamente as mãos, manter ordem absoluta nos objetos, um perfeccionismo fora do comum.
No Transtorno Paranóide, os indíviduos sentem-se excessivamente desconfiados, enganados pelos outros, com dúvidas a respeito de sua lealdade, interpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. Já os indivíduos que sofrem de Transtorno Esquizóide, estes procuram distanciar-se das relações sociais, evitam relacionamentos íntimos, realizando atividades preferencialmente solitárias.
O Transtorno Bipolar, no qual o indivíduo oscila entre os polos extremos de muita agitação a muita depressão, dá muita margem a diagnósticos equivocados. Hoje em dia é bastante comum que pessoas digam estar deprimidas, quando na verdade estão tristes. A tristeza é uma emoção natural e frequente que, quando não superada, quando se estende além do necessário, aí sim pode levar a um estado depressivo. Já a depressão independe de um acontecimento triste ou trágico para se instalar.
Continuaremos no próximo artigo, o tema é longo! Mas fica a sugestão: se você se der conta de que algo não anda bem com você e não estiver conseguindo sair sozinho de uma fase mais difícil, não resista em pedir ajuda, é o primeiro passo para cuidar bem de você e da sua saúde. Todos nós temos nossos altos e baixos, ganhos e perdas ao longo da vida. Como diz Caetano, de perto ninguém é normal!