02/03/2023
Pirraça, insistência, aborrecimento, irritação, cisma, teimosia, capricho, implicação... esses são alguns sinônimos da birra infantil.
Com certeza você já presenciou a cena de uma criança estendida no chão, em local público, acompanhada de gritos explosivos, pedidos impulsivos, pessoas e pais impotentes, envergonhados diante da situação.
A birra infantil é mais frequente nas crianças entre um e quatro anos, e representa crises emocionais breves, intensas, marcadas por impulsividade e emoções descontroladas. Pelo menos uma vez ao dia a criança faz birra, mostrando seu cansaço, fome ou tristeza. A birra é a forma de comunicação das crianças para externar sua frustação diante do NÃO, dos limites impostos pelos pais e pela sociedade. Ela manifesta-se com mais frequência em crianças que percebem que, por meio dela, conseguem o que querem.
A birra, ainda que vexatória para os pais, não deve ser motivo para preocupação exagerada, pois ela não representa um problema de comportamento e sim uma característica do universo infantil. Não se trata de algo ruim, mas de uma construção da identidade e do desenvolvimento psicológico da criança. Ao contrário do que o senso comum e leigos pensam, crianças sem qualquer manifestação de birra são motivos de preocupação, não o inverso, pois as birras promovem o desenvolvimento do processo de individualização diante do mundo e expressão do “eu” da criança.
Infelizmente, não existe uma fórmula infalível diante da birra, tudo depende da situação e da criança. Assim, os pais, frente a este comportamento, devem se mostrar sempre calmos, solícitos, determinados e firmes, explicando por que não realizam o desejo da criança naquele momento.