15/10/2020
O empreendedorismo está cada dia mais em pauta nos jornais, revistas e nas redes sociais. Existe um movimento para que aumente o espírito empreendedor nos jovens, universitários e até nas crianças. Além disso, muitas escolas particulares já possuem cursos extracurriculares para a cultura do empreendedorismo.
Segundo a pesquisa GEM Brasil de 2019, cerca de 53,5 milhões de brasileiros, de 18 a 64 anos, estão à frente de alguma atividade empreendedora, isto é, envolvidos na criação de um novo projeto, consolidando um recente negócio ou realizando esforços para continuar uma proposta já existente. Esta pesquisa ainda mostra que no grupo de empreendedores iniciantes, 88,4% das pessoas fazem isso para ganhar a vida, tendo em vista que os empregos estão escassos. E 51,4%, pouco mais da metade, quer contribuir para um mundo melhor.
Pois é, este novo modelo de sobrevivência do atual sistema capitalista, faz com que muitos não se baseiem mais no pleno emprego ou em grandes corporações provedoras perenes de bens e serviços, mas busquem um propósito para a sobrevida e um empreendimento verdadeiramente sustentável.
Quando falamos em sustentável, as pessoas logo lembram dos lixos e das árvores, mas entendemos que um empreendimento sustentável é muito mais do que isso. Trata-se de um projeto que precisa se manter social, ambiental e financeiramente em pé e de forma correta.
Em setembro de 2015, a cúpula das Nações Unidas, sobre Desenvolvimento Sustentável, aprovou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que precisará da participação de todos os que habitam o planeta. Não é uma propaganda para comprar um produto ou serviço tradicional da moda, mas sim começar a pensar no nosso estilo de vida, modo como funcionam as coisas e, principalmente, como fazemos ou criamos estratégias e modelos de negócios.
No total, são 17 objetivos e 169 metas com inúmeras explicações de parcerias, acompanhamento e revisão.
Podemos pensar simplesmente que é muito bonito ou utópico, mas como discuto com os meus alunos: é buscar um verdadeiro propósito para 2030 em todos os países do planeta. Exemplos de objetivos, como “garantir educação inclusiva, equitativa e de qualidade”; ou ainda, “garantir disponibilidade e manejo sustentável de água”; ou mesmo “assegurar padrões de consumo e produção sustentável”, são alguns dos que constam nos 17 ODS.
Existe a utopia de que esses objetivos serão alcançados, simplesmente, com políticas públicas. E que, como num passe de mágica, um grande governante de um país nórdico escreve uma lei juntamente com os seus colegas e pronto. Tudo fica perfeito. Porém, sabemos que assim não vai funcionar de verdade.
Por isso precisamos de empreendedores, intraempreendedores visionários, que desenvolvam negócios de impacto social, projetos tradicionais com um olhar sustentável. Uma das primeiras lições que aprendemos no marketing é buscar as necessidades do cliente e as oportunidades no macroambiente.
E o raciocínio deste artigo fecha exatamente neste ponto: temos que utilizar os 17 ODS e as suas metas para inspirar, direcionar, fazer parte do nosso negócio. Empreender para tentar resolver ou ajudar a solucionar pelo menos uma destas metas, obviamente, não todas ao mesmo tempo. Esta é a atual estratégia para o empreendedorismo sustentável.
Para quem estava pensando em empreender e, ao mesmo tempo, ter um propósito de vida, este é o caminho para trabalhar essa mentalidade.
Conheça mais sobre os ODS da ONU.
Engaje-se, envolva-se e empreenda com propósito!