14/05/2010
Esperança. União. Alegria. Estas foram algumas das palavras de encerramento da primeira reunião geral do TGV – Transition Granja Viana – movimento ligado ao internacional Transition Towns ( TT-Cidades em Transição para a Sustentabilidade), no dia 13 de maio, no Colégio Anglo Granja Viana.
O clima da reunião foi de entusiasmo, e motivos não faltaram. Os participantes do TGV tinham muitas ações a compartilhar, havia muitas pessoas novas no encontro, incluindo profissionais de outros veículos de comunicação e de outros movimentos granjeiros. Também estavam recebendo uma pessoa ilustre: a norte-americana Vicki Robin, executiva de treinamento do TT dos Estados Unidos e autora do best-seller mundial, “Money or life” que, no Brasil, foi lançado com o título “Dinheiro e vida”, pela Editora Cultrix.
Vicki relatou, num misto de português e espanhol, a experiência do Transition Towns na ilha onde mora, no leste dos Estados Unidos, perto de Seattle, onde sua comunidade vem implantando o movimento com muito sucesso. Contou o quanto estavam colhendo frutos saborosos, literalmente, deste trabalho. “Hoje, orgulha-se Vicki, os moradores da ilha podem ficar um bom tempo se alimentando apenas de suas plantações locais, sem precisar de alimentos de fora.” Ou seja, os moradores da ilha estão pondo em prática dois dos princípios que norteiam a filosofia do TT: a sustentabilidade e a resiliência.
Isabela Menezes, a “madrinha” do TGV, fez uma apresentação sobre o movimento, que nasceu na pequena cidade de Totnes, na Inglaterra, e hoje está se espalhando pelo mundo todo. Também apresentou as ações de sucesso que foram realizadas pelo TGV neste ano. Além de Isabela, também participaram outros grandes entusiasmados pelo TGV, desde o início: Thereza Franco, Dani Terracini, Cláudio Leuzzi e Sílvia Rocha.
O evento global “Hora do Planeta”, criado pelo WWF, teve sua versão local na Granja Viana. Além da proposta de todos apagarem as luzes no dia 27 de março, das 20 às 21 horas, como forma de alerta aos líderes mundiais sobre a atual condução dos problemas ambientais planetários, foram mobilizados 27 restaurantes da Granja que serviram jantares à luz de vela e contribuíram com R$ 5,00 por cada pessoa que participou do evento. Depois, houve uma cerimônia onde líderes do TGV doaram os R$ 3.700 arrecadados para contribuir com o projeto de revitalização da Praça Santa Adélia, no centrinho da Granja, recém adotada pelo Jornal D’aqui.
Isabela também se empolgou enormemente ao contar o sucesso da Feira de Trocas Solidárias – a AUescambAU – que acontece todo último domingo do mês, no Teatro da ASSA. A feira era um sonho de Isabela e ela, com a ajuda do grupo, conseguiu pôr em prática a idéia de mudar hábitos de consumo, de fazer as pessoas levarem roupas, livros e objetos que não têm mais utilidade para trocar, na feira, por coisas realmente úteis para elas. Uma verdadeira revolução e resgate de valores relativos às verdadeiras necessidades que temos.
Sílvia Rocha explicou uma outra ação de grande sucesso do movimento: o projeto Voto Onde Moro. O objetivo principal era que granjeiros que residem em Carapicuíba pudessem ter uma seção de votação na Granja Viana. Pessoas ligadas ao governo, juízes eleitorais, além de toda a imprensa local, unida, se mobilizaram e a seção 403 foi criada, no Colégio Anglo Granja Viana. Houve uma maciça campanha integrada, em apenas duas semanas, que incluiu colocação de faixas informativas, distribuição de 2500 folhetos, tanto no comércio local, como distribuídos no corpo-a-corpo, além de matérias e notas em todos os veículos da imprensa da Granja. O resultado foi animador: mais de 130 granjeiros transferiram seus títulos para a nova seção, o triplo do número exigido para se criar uma nova seção. Sílvia ressaltou que Voto Onde Moro mobilizou outros granjeiros que residem em outros municípios, como Cotia e Embu que, no calor da campanha, também transferiram seus títulos. E avisou que Voto Onde Moro vai continuar atuando, tanto para divulgar que a partir de agora, é necessário votar com o título e um documento com foto, como para continuar convidando os granjeiros a tirar ou transferir seus títulos para os municípios onde moram.
Dani Terracini, a criadora de todos os logotipos do TGV, explicou os princípios que nortearam a criação do logo do TGV e o quanto ele espelha o espírito do movimento e, também, cada ação, cada grupo que se forma, cada desdobramento dele.
Sílvia Rocha também apresentou ao grupo a proposta do movimento GOL: Gostamos de Orgânicos Locais! A idéia é simples e já está sendo posta em prática por um pequeno grupo de 7 famílias: comprar orgânicos diretamente do produtor local. Marco, do Colégio Anglo, logo se animou em integrar os produtores locais ao projeto de horta orgânica dos alunos e, também, pensou em levá-los para uma visita aos produtores da região. Há também um projeto sendo desenhado para a criação de uma Feira de Orgânicos na Granja. Wlad Farias, de Caucaia, logo se entusiasmou em levar a feira também para a sua região.
Frank Siciliano, um dos responsáveis por trazer o Cidades em Transição para o Brasil, se intitula um “granjeiro de coração”: Sensibilizou o grupo com sua capacidade de síntese: “Somos um grupo planetário com ação local.” Continuou: “Precisamos nos antecipar à crise do modelo econômico, que já é uma realidade.” E, após apresentar a proposta de treinamento para o TT, que deve acontecer em agosto, finalizou: “Convido a todos para fazerem parte de uma experiência que tem grande chance de dar certo.”
  Isabela apresenta o logo do movimento e mostra o código de energia |
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