11/01/2007
Talvez se não fosse a São Silvestre na tevê, humano algum me convenceria de que hoje é 31 de dezembro. 31 de dezembro!? Não, o calendário já não representa muito para mim. Aqui dentro corre outro tempo. Cada hora revolucionária é minha revolução. Os fogos seguem caminho contrário à chuva de São Paulo. Eu sigo caminho contrário aos fogos, à chuva, às próprias pernas. Tecnicamente minha vida agora é um ponto e vírgula. O que isso tecnicamente representa não sei bem ao certo. Retrospectivas fazem olhar fundo, olhos rasos, olhares mútuos. Em 2006 eu amei. O que mais me conforta é que o mesmo roteiro invisível segue imediatamente no dia primeiro de janeiro. Sem quebra de contrato, sem volta, sem nenhum sentido horário. Amar é apelar para tudo que há de incerto e duvidoso. Essa é minha única certeza.