21/01/2010
Chamamos de diabetes mellitus um grupo de doenças que apresentam como característica comum o aumento da glicose sanguínea. Nosso corpo utiliza a glicose e outros açucares como principal fonte de energia, portanto é indispensável na nossa alimentação.
Para podermos utilizar a glicose corretamente, precisamos de um hormônio chamado insulina, que é secretado de forma inteligente por uma glândula chamada pâncreas, localizada no abdomen, atrás do estômago. A insulina age em todas as células do nosso corpo, facilitando o transporte dos nutrientes, especialmente da glicose, da corrente sangínea para dentro da célula para serem incorporados.
No diabetes tipo 1, especificamente, o pâncreas não consegue secretar mais a insulina pois sofreu um processo de destruição das células produtoras de insulina (células beta) . Esta destruição decorre na maioria das vezes de um processo autoimune, isto é, o sistema de defesa do nosso organismo enxerga estas células como se fossem bactérias ou virus e as atacam. O porquê disto não está completamente esclarecido. Existe um componente genético, e pessoas com diabetes tipo 1 tem histórico familiar de terem diabéticos tipo 1 na família em 10-15% dos casos. A presença de outras doenças autoimunes, também aumenta a predisposição para desenvolver o diabetes tipo1.
O diabetes tipo 1 afeta crianças e adolescentes com mais frequencia, apesar de poder atingir pessoas de diversas faixas etárias. Geralmente o quadro inicial é de muita sede, fome, fraqueza e perda de peso. A pessoa urina muito, acorda várias vezes a noite para urinar. Estes sintomas aparecem subitamente, em geral, e muitas vezes é necessário um primeiro atendimento no hospital, pois o quadro de descompensação aguda do diabetes é bastante grave, pois aumenta os ácidos do oranismo e causa uma desidratação severa, o que pode levar até a morte.
De forma bem simples, o tratamento básico do diabético tipo é a utilização de insulina, o que restaura o metabolismo normal. Existem vários tipos de insulina que utilizamos para tentarmos imitar o pâncreas, porém em todos os casos, atualmente disponíveis para uso clínico, a via de administração é por aplicação subcutânea, geralmente várias vezes ao dia. Com isto, espera-se manter os níveis de glicemia o mais dentro do normal possível, para evitar os efeitos deletérios (agudos e crônicos) do aumento da glicemia no sangue.
O diabetes mellitus tipo 1 mal controlado leva, com o tempo, ao aumento do risco de infarto, cegueira, mal duncionamento dos rins e amputações, coisas estas que diminuem muito a qualidade e expectativa de vida dos paciente. Boa notícia é que, atualmente, temos recursos suficientes para manter os pacientes bem controlados e livres destas complicações, apesar de ainda não existir cura para o diabetes tipo 1.