14/07/2011
Ultimamente tenho andado pelas ruas com os olhos bem abertos e não deixo escapar nada. Isso é bom, pois assim é que normalmente surgem as histórias para se contar. É muito interessante, mas também pode ser assustadoramente bizarro de vez em quando.
Acontece que eu estava andando meio perdida lá pelas ruas do bairro de Moema, quando vi um senhorzinho oriental bem à minha frente. Parecia o mestre-vôvô do menino daquele filme Karatê Kid, lembram? Tipo o Senhor Miag, só que mais velho. Cabelo grisalho, baixinho e meio corcunda já; e com aquele gingado que só os velhinhos fofos tem. Até então ele me parecia uma pessoa bem normal, se não fosse por um sapo que ele segurava numa das mãos.
Pensando bem, não é estranho ver um oriental com um sapo, mesmo porque, eles adoram comer coisas também estranhas de vez em quando. Vai ver que é por isso que eles tem essa pele lisinha aos setenta, e uma disposição de dragão aos oitenta. Mas a questão é: o que um japonês estaria fazendo com um sapo no meio da rua? Seria seu bichinho de estimação? Um ingrediente exótico para um ensopado? Ou ele ia dar de presente de aniversário para o neto? Impossível adivinhar o destino daquele pobre anfíbio.
A única coisa, ainda mais curiosa, que descobri ao passar do lado do senhorzinho, é que o sapo nada mais era do que um daqueles brinquedos de borracha. A situação foi ficando tão de outro mundo, que eu já nem sabia mais o que pensar sobre o japonês: “Internem o velho agora, por favor!!!” ou “Alguém aí sabe o telefone da Sociedade Protetora dos Animais, de borracha?”. Mais duas hipóteses ainda me passaram pela cabeça: ele queria dar um susto na mulher – colocando o sapo dentro de sua bolsa - ou quem sabe, agradar o seu cãozinho com seu brinquedo preferido.
Pequeno Momento Feliz: não tem nada melhor do que uma cena ridiculamente esquisita para nos distrair de vez em quando. Mas, para que isso aconteça, devemos estar sempre atentos a tudo ao nosso redor. Aliás, essa é a vantagem de se andar a pé. De dentro de um carro, eu jamais teria visto o sapo na mão do japonês. E sem aquele bichinho, essa história não seria a mesma.
Camila