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JK e os 50 anos de Brasília Por Risomar FasanaroJuscelino KubitschekJuscelino Kubitschek, “o peixe vivo” de Minas governou durante a melhor época que minha geração viveu neste país: os anos dourados

29/04/2010



Por Risomar Fasanaro


Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek, “o peixe vivo” de Minas governou durante a melhor época que minha geração viveu neste país: os anos dourados. Parecia que o país vivia em festa. Durante seu governo passei um mês em Copacabana, na casa de uma amiga de meus pais.

Nas ruas do Rio eu me encantava com a alegria das pessoas. Algumas ao passar em frente a uma loja de som começavam a dançar na calçada. Era visível a felicidade que havia no Brasil. As pessoas jamais imaginavam que dali a alguns anos o país viveria sob um clima cinza, de chumbo.

Adolescente, eu me deslumbrava ao ver os pés descalços do presidente nas fotos que as revistas “Manchete”, “Fatos e Fotos” e outras publicavam. Só hoje sabemos que aqueles “cinqüenta anos em cinco” que JK pregava custaram ao Brasil, na época, um crescimento de 40% da dívida externa além de ver a inflação dobrar.

Mas esses problemas passavam ao largo de nossas vidas e em nossos momentos românticos os assuntos giravam em torno da bossa-nova, recém surgida, ouvindo “Desafinado” na voz de João Gilberto ou “Eu e a brisa” com Johnny Alf”, ou o Barquinho na voz de Nara, para a voz de quem, nos parecia, a bossa-nova fora criada.

E nos momentos de agito a loucura era total com o rock and roll de Elvis Presley. A juventude enlouquecia com o requebrado negro e alucinante do cantor. As mocinhas tingiam os cabelos de loiro e usavam batom rosa lilás com contorno à la Brigitte Bardot, e os homens se encantavam com as duas polegadas a mais de Martha Rocha e vibravam com a Copa do Mundo.

Mas de tudo que aconteceu no governo JK, o que mais marcou aqueles anos dourados foi o início da construção de Brasília, por ele chamada de “a capital da esperança”. A idéia da fundação da capital do Brasil em Goiás foi decidida no primeiro comício da campanha de Juscelino à presidência, quando uma pessoa perguntou a ele se cumpriria o artigo 4o. das Disposições Transitórias da Constituição brasileira que tratava da fundação da capital do Brasil no planalto Central.
Construção de Brasília, 1959. Foto - Luiz Carlos Barreto
Juscelino era rapidíssimo, inquieto, famoso por estar sempre agitado e foi assim que num repente, sem grandes reflexões, ou em uma reflexão rapidíssima, respondeu que sim. Plantava-se ali a semente do que seria a capital da esperança. A cidade que rompeu com a arquitetura de milhares de anos.

Juscelino era uma presença que parecia estar sempre alegre, feliz, agradável de ver e de se ouvir. Transitava com a mesma desenvoltura entre intelectuais, artistas, desportistas e o povo simples que construiu Brasília.

Chamado de presidente bossa-nova era alvo constante dos humoristas da época, e até de uma canção de Juca Chaves. Nem tudo, no entanto correu às mil maravilhas no seu governo.

Mas embora tenha enfrentado alguns problemas como a greve geral de quatrocentos trabalhadores em 1957, da inflação que cresceu muito em seu governo, ele rompeu com o FMI em 1959.

E para atestar o momento feliz que vivíamos, data de 1956, durante seu governo, o lançamento do romance considerado a maior dentre as obras literárias brasileiras: “Grande Sertão: veredas”, de outro mineiro tão ousado quanto ele: Guimarães Rosa.

Foi lamentável ver esse homem de quem as pessoas em geral só têm lembranças agradáveis, não ter podido entrar livremente na cidade que fundou. Durante a ditadura militar poucos anos antes de morrer, entrou em Brasília dentro de um caminhão, agachado, para não ser visto.

Sedutor, Juscelino despertou paixões verdadeiras e platônicas nas mocinhas de então, e é triste lembrar, nesse aniversário de 50 anos de Brasília, que o “o peixe vivo”, morreu no asfalto escaldante da via Dutra, em um acidente que ainda hoje desperta suspeitas.


Risomar Fasanaro
Pernambucana, veio para Osasco com 11 anos.
Jornalista, professora de Literatura Brasileira e Portuguesa e escritora, autora de "Eu: primeira pessoa, singular", obra vencedora do Prêmio Teresa Martin de Literatura em júri composto por Ignácio de Loyola Brandão, Deonísio da Silva e José Louzeiro. Militante contra a última ditadura militar no Brasil.


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