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Identidade financeira – Parte 2 Dando continuidade à reflexão sobre identidade financeira iniciada na quinzena anterior, há alguns aspectos no dia a dia que podem revelar muito sobre seu parceiro, seja profissional, amigo ou cônjuge

26/06/2013



Dando continuidade à reflexão sobre identidade financeira iniciada na quinzena anterior, há alguns aspectos no dia a dia que podem revelar muito sobre seu parceiro, seja profissional, amigo ou cônjuge. Para quem está tomando contato com o assunto agora, recomendo a leitura da primeira parte deste artigo publicado no dia 13 de junho, aqui mesmo no Site da Granja

Na primeira parte, falamos sobre como a capacidade empreendedora e o comportamento pessoal em relação à poupança e às dívidas podem influenciar em um casamento ou em uma sociedade. Hoje, vamos analisar os hábitos de consumo. Diferentemente de alguns pensadores não falarei aqui sobre contar migalhas e nem da troca do cafezinho por algumas moedinhas a mais na barriga do porquinho. Também não trato de pessoas que já atingiram altíssimos patamares de rendimento e lucratividade.  A pergunta vai para o cidadão comum, que vive de seu salário ou do rendimento de um pequeno negócio e tem um futuro a construir: o que move suas opções de compra? O que tais opções revelam sobre sua identidade?

É interessante analisar as prioridades. A filha faz 15 anos e ganha uma viagem à Disney. Dois anos depois será usa época de vestibular. Será que o presente de 15 anos veio depois do montante da faculdade já estar garantido em uma aplicação financeira? Em caso de resposta negativa, o quanto de culpa há nessa relação pais e filha ou o quanto de necessidade de aceitação pela sociedade há nessa atitude? Que valores estão sendo transmitidos para essa adolescente?

O grito escondido

O microempresário que, com mais de 40 anos, saiu do emprego e abriu seu próprio. Separado, ele mora sozinho em um apartamento alugado e tem apenas um filho. Dependendo única e exclusivamente do seu negócio para garantir o futuro e sem família para transportar no dia a dia, que carro ele coloca na garagem? Qual sua real necessidade de transporte? O quanto daquele SUV de mais de 100 mil reais poderia ter sido investido em na melhoria do seu negócio ou em um apartamento próprio? Qual a dependência de aprovação da sociedade que essa escolha mostra? O quanto daquele motor e daquela quantidade de “lata” atende suas necessidades de transporte e o quanto vai para preencher o vazio emocional, o grito de “olhem para mim, sozinho neste SUV que quase ocupa duas vagas no estacionamento”.

O eterno cavalheiro é outro caso. Aquele que convida os amigos para jantar e, mesmo sendo todos da mesma classe social, sempre se oferece para pagar a conta em nome do prazer de reunir pessoas que gosta (desde que seja em um restaurante de luxo, em um jantar comunitário na casa de alguém, o “prazer” diminui consideravelmente). Que compra de afeto está inserida quando apenas um faz questão de assumir a conta todas as vezes em que o grupo se reúne? Outro detalhe é que nesses casos raríssimas vezes quem se oferece para assumir a dívida passa cartão de débito...

A lista de comportamentos corriqueiros é grande também no público feminino. Pode estar na quantidade de sapatos e roupas sem uso como fazia a personagem de Giovanna Antonelli (a delegada Helô) na novela Salve Jorge, por exemplo. Enfim, além da capacidade técnica e da empatia, prestar atenção no comportamento financeiro de um futuro sócio ou cônjuge nos moldes descritos nestes dois artigos é mais do que um mero detalhe. Pode determinar o futuro do seu negócio ou o caminho que o seu casamento vai seguir

 

 


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