24/10/2013
Depois dos ajustes na vida do profissional e da família – temas das partes 1 e 2 deste artigo -, vem o lado da empresa que mantém profissionais em home office, ou pensa em manter. Há muitas vantagens no médio e longo prazos e até no curto, como já demonstrado nos artigos anteriores mas, de imediato, a empresa precisa investir. Primeiramente investir em vencer seu medo da queda de produtividade.
Esse é o principal receio, pois muitos gestores ainda acreditam no ditado popular que “só o olho do dono engorda o gado”. É uma mudança de hábito muito grande, daí o ideal é que ela seja feita aos poucos. E os funcionários – bem como os seus familiares – sejam devidamente treinados pela empresa para que adquiram os hábitos citados nos dois artigos anteriores.
Simplesmente “transferir” o profissional do escritório para casa é investir no fracasso. Ele precisa ser treinado para lidar com a liberdade e com as obrigações da sua nova rotina. Conscientizar-se que o local muda, mas o horário a cumprir e as obrigações não. A família também deve ser motivo de atenção da empresa, para que ela entenda e colabore com a nova rotina. Essa conscientização pode ser feita por meio de palestra ou de material de apoio.
Quando o “home officer” tem vínculo empregatício, a infraestrutura colocada em sua casa deve ser da empresa: computador, rede e até telefone, caso haja necessidade. A mudança é progressiva de um ou dois dias por semana em casa, até um dia por semana na empresa. Dia esse de reunião e para tratar de assuntos que necessitam a presença do grupo.
Dessa maneira a empresa também aos poucos vai reduzindo as suas despesas. Desde aluguel, pois com muita gente trabalhando em casa dá até para reduzir o tamanho do escritório, água, luz, telefone, vale transporte, benefício alimentação (quem oferece vale refeição e cesta básica pode ficar só com a cesta básica) e até cafezinho.
A grande probabilidade é contar com funcionários menos estressados. Manter funcionários em home office os libera dos problemas do trânsito e também dos atrasos. Há preocupação – justificada – com isolamento. Reuniões semanais ou quinzenais são justamente para que isso não aconteça.
Outra questão são possíveis problemas trabalhistas, pois fica difícil controlar a “hora extra” dos funcionários. Tão difícil quanto o controle dos que já levavam trabalho para casa ou dos que não batem ponto – hábito cada vez mais comum. Saber se o funcionário passará o dia todo trabalhando ou não necessitará de um novo referencial. A medida será pela produtividade e não mais pelas horas dedicadas. Sua empresa está preparada para esse novo modelo?