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Home Office parte 2 Dando continuidade à discussão sobre home office, a mudança de vida é significativa para toda a família e não apenas para o profissional

30/09/2013



Dando continuidade à discussão sobre home office, a mudança de vida é significativa para toda a família e não apenas para o profissional. Isso porque todos os moradores da casa – até os animais de estimação – precisam se adequar à nova rotina. No caso de funcionários, que exercerão parte de suas atividades em casa, caberia à empresa, inclusive, dar um treinamento extensivo às famílias. Afinal, o “patrão” passa intimamente a fazer parte do cotidiano da família e lhe interessa que todos colaborem para o maior rendimento possível de quem pratica o home office. 

Nesse novo aprendizado, os familiares precisam entender que aquele aposento da casa, deixou de ser parte do lar, pelo menos de segunda à sexta. O escritório não é lugar para as crianças brincarem depois da aula. O computador é da empresa seja ela da qual o pai ou a mãe são contratados, ou da empresa de propriedade do pai e da mãe. No caso de autônomos, seria interessante inclusive até que houvesse um número de celular próprio para assuntos comerciais. Dessa maneira o profissional consegue disciplinar a si mesmo e os seus clientes em relação a horários.

A primeira lição da família é em relação ao barulho. É indicado que as crianças brinquem longe da mesa de trabalho e – por mais tentador que seja – evitar os animais de estimação ao pé da cadeira. Por mais companheiros que eles sejam ninguém pode prever se algum vai começar a latir desenfreadamente durante um conference call, por exemplo.

Ter alguém em casa o dia todo é bastante confortável para receber encomendas que chegam para a família – compras pelo correio, entrega de móveis etc., durante o horário comercial. Sem problema algum, desde que eventualmente. O que não pode acontecer é esse profissional passar a assumir os compromissos da casa no meio do expediente. Atividades como se tornar motorista das crianças (natação, casa de amigos, inglês, escola) “já que você trabalha em casa mesmo”. Menos ainda “taxista” da família. É comum o cônjuge que não trabalha em casa acreditar que pode pedir diversos favores durante o dia para quem faz home office. Antes de cair em tentação, lembre-se: “se ele ou ela estivesse em um escritório da empresa, você pediria esse favor?”

Clientes em casa

Quando alguém trabalha em casa, principalmente se recebe clientes, a organização doméstica precisa de mais atenção. Mesmo que o escritório fique na edícula. Nesse caso, não é confortável, por exemplo, que o cliente passe por baixo de diversos varais com roupa – principalmente íntimas – para acessar o prestador de serviços.

Se o escritório for um cômodo dentro da casa, nada de brinquedos ou sinais excessivos de intimidade espalhados pela sala, pelo menos durante o dia. Crianças com pai ou mãe trabalhando em casa precisam aprender ou a brincar no quintal ou no quarto. Brincadeira por onde o cliente passa não é recomendado. A mesma coisa com animais de estimação.
Com escritório na edícula, é interessante, pelo menos meia hora antes de o cliente chegar conter o cachorro em alguma área da casa durante o período da visita. Nem todos gostam de ser recebidos com lambidas e rabinhos abanando. Se o escritório é dentro de casa, pelo menos um pouco antes da chegada do cliente, impedir o acesso do animal ao jardim ou à entrada da casa ou outros ambientes pelo qual o cliente vai circular.

A empregada da casa pode até limpar o escritório, e fazer um café pela manhã, mas ela não é empregada da empresa. Cuidado com o excesso de pedidos até para não ter problemas trabalhistas depois. A sugestão é manter garrafas e café, chá e água no escritório durante todo o dia, inclusive para servir as visitas.

Vizinhos escandalosos nem sempre é possível evitar. E dentro do horário comercial, muitos barulhos são permitidos. Em casos extremos, é possível até cogitar uma janela anti-ruído para evitar que o cantarolar da vizinha enquanto estende a roupa se torne trilha sonora de sua reunião. Na última parte desta série vamos tratar do papel da empresa nessa nova forma de vida.


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