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Faça algo drástico, corte o plástico! A pauta desta semana chegou pela porta da frente da minha casa

13/05/2009



A pauta desta semana chegou pela porta da frente da minha casa. Envolvendo o jornal que assino, uma grande rede de hipermercados deu de brinde aos assinantes uma sacola de compras durável, ou retornável, como preferir: "leve sempre esta sacola em suas compras", dizia a etiqueta da sacola.

Para mim, o brinde foi muito bem-vindo, e fiquei contente com a iniciativa. Pois faz um bom tempo que sigo esta tendência. Minha coleção de sacolas de compras está sempre no meu carro ou bem à mão, perto da porta de entrada da casa. A concorrência convive muito bem no meu bagageiro: afinal, atualmente, os super e hipermercados estão oferecendo as sacolas a preços módicos, para incentivar seus clientes a utilizá-las. E o mais bacana é que a casa inteira está estimulada. Domingo, ao ir ao sacolão com meu marido, ele me disse: "Si, não se esqueça de pegar as sacolas!" E meus filhos também sempre se lembram!

Maria Diva Moreira, terapeuta granjeira, refletiu: "Por que a gente espera chegar no limite para utilizar uma alternativa tão simples?" E ela também disse, orgulhosa, que havia acabado de presentear sua filha com uma sacola de tecido.

Uma outra granjeira exibiu sua sacola, também cheia de orgulho: Nancy, também terapeuta e professora de tai-chi. Afinal, a dela é "das legítimas", como brinquei com ela. Uma genuína sacola de feira, que ela ganhou da mãe e que a acompanha no seu dia-a-dia.

No movimento criado por Daniel Burd, granjeiro que já ganhou destaque nesta coluna, ele menciona, em seu site www.cidadaosustentavel.com.br que a simples substituição das sacolas plásticas descartáveis por sacolas duráveis diminui as emissões de gás carbônico no Planeta.

E mundo inteiro está se mobilizando. Veja o slogan, em inglês, de um movimento estrangeiro em prol das sacolas duráveis:

"DO SOMETHING DRASTIC
CUT THE PLASTIC"
(Faça algo drástico, corte o plástico)

Ou outra campanha:

"Say no to plastic bags. Help (name of the city) to be a plastic bag free city."
(Diga não para as sacolas plásticas. Ajude (nome da cidade) a ser uma cidade livre das sacolas plásticas descartáveis).
Que tal preenchermos os parênteses por Cotia? Jandira? Carapicuíba? Osasco? São Paulo?

Acontece que, segundo pesquisas recentes, menos de 1% das sacolas plásticas são recicladas. E, atualmente, é mais caro reciclar um saco plástico do que produzir um novo.

A maior parte das sacolas plásticas acaba no oceano pois são arrastadas para lá, para rios e lagos pois, quando jogadas, vão pelos bueiros e encanamentos rumo ao mar. E, como conseqüência catastrófica, centenas de diferentes espécies de vida marinha morrem ao ingerir os sacos plásticos, que confundem com alimento. Isto tem sido muito comum com baleias, tartarugas, focas e golfinhos, além de uma infinidade de peixes e outros animais marinhos.

Então, você poderia se perguntar que diferença faria substituir as sacolas plásticas pelas duráveis. Afinal, somos uma gota no oceano (infelizmente, infestado por sacolas descartáveis)!

Bem, se usarmos uma sacola de tecido podemos economizar 6 sacolas plásticas por semana. Logo, economizaríamos 24 por mês, 288 por ano e poderíamos falar em 22.176 sacolas ao longo da vida. E, então, poderíamos seguir calculando, imaginando que se 1 em cada 6 cidadãos de nosso País adotasse a sacola durável, o quanto poderíamos economizar de sacolas descartáveis ao longo de nossas vidas?

Quantos animais seriam poupados?

Muitos países já proibiram a distribuição de sacos plásticos descartáveis gratuitos. Outros países passaram a cobrar impostos sobre eles. Há inúmeros governos desenvolvendo ou aplicando suas leis para reverter o alarmante quadro. Além do mais, as sacolas plásticas descartáveis são feitas de polietileno, que é obtido a partir do petróleo que, por sua vez, é um recurso não renovável e que gera os conflitos que vimos testemunhando. Quanto não seria economizado de barris de petróleo se o uso dessas sacolas fosse reduzido drasticamente em todo o Planeta?

Uma alternativa tão simples, como apontou Maria Diva Moreira, pode fazer tanta diferença. Basta incorporá-la no dia-a-dia, dar exemplo, fazer escola, formar opinião e influenciar a comunidade. Seja com as sacolas legítimas, aquelas tiradas do baú, como a de Nancy, seja com as dos supermercados. Mas você pode inovar, e usar sacolas de praia, bolsas grandes, mochilas... E, ao caminhar com elas, com orgulho e feliz, todo o Planeta agradece!

Fotos: Ligia Vargas


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