14/05/2008
A lenda de Beowulf (Beowulf) comprovou, infelizmente, que a alta tecnologia dos sensores de captação de movimento ainda não tem a capacidade de reproduzir um boneco virtual semelhante ao ser humano. Está técnica que já havia alcançado uma grande evolução em Final Fantasy (final fantasy: the spirits within), deu um extremo salto em O expresso polar (the polar express) culminando no já citado Beowulf. Em 1988, no Japão, Katsuhiro Ôtomo modificava o rumo das animações com a obra-prima Akira (idem), inédita no Brasil em DVD. Totalmente feito à mão, os personagens e cenários têm integração brilhante, assemelham-se à realidade de forma assombrosa e possuem movimentos leves e perfeitos. Um desenho inovador, sem dúvida. Sem querer soar como um retrógrado, me parece que a corrida entre o talento manual e a textura computadorizada será mais longa do que se imaginava.
O faroeste é, há muito tempo, um gênero moribundo. Com exceções ao belo Pacto de justiça (open range) de Kevin Costner, A proposta (the proposition), estrelado por Guy Pearce e o faroeste ecológico (como diria Jean Tulard) Dança com lobos (dances with wolves) do mesmo Costner, somente a obra-prima Os imperdoáveis (unforgiven) de Clint Eastwood foi capaz de dar sangue novo ao gênero. Se O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (the assassination of Jesse James by the coward Robert Ford) é plasticamente belo e sofrível em todos os outros aspectos, Os indomáveis (3:10 to Yuma), refilmagem de um filme de Delmer Daves, chama a atenção. Apesar de ser apenas correto, é bem feito, tem boas seqüências de ação e o carisma de dois ótimos atores: Russell Crowe e Christian Bale, este último, ainda em ascendência. Na falta de bons filmes de ação, vale dar uma espiada.
José Vicente