25/03/2014
Quantas e quantas vezes ouvimos a mesma história: um profissional que tem diversos cursos nas melhores universidades ou o pequeno empresário que tem uma excelente ideia, mas não sai do lugar. E aquele que tem lá suas limitações e vem de uma escola cuja qualidade do ensino deixa a desejar é escolhido para a promoção ou sua empresa se expande mais rapidamente.
Injustiça? Corrupção? Bajulação? Feitiço? Nada disso. Apesar de menos qualificados, esses profissionais têm em comum uma forte dose de autoestima. Certamente não é o único elemento responsável pela conquista, mas é por boa parte dela. Por mais que muitos não gostem desta afirmativa, entre aprendizado e autoestima, na hora de chegar lá, esta última costuma contar mais.
Isso porque, quem tem conhecimento mas falta-lhe a estima, dificilmente toma a iniciativa. E quando toma quase sempre se perde no meio do caminho ou “trava as pernas” logo após os primeiros passos.
Quem tem muito conhecimento em qualquer área sabe que ainda há muito a aprender. E se a estima não acompanha, a voz fica trêmula, embargada, o olhar não se sustenta diante do interlocutor, e com isso a razão se perde, e os argumentos, por melhores que sejam, parecem frágeis, perdidos, sem lá tanta consistência. Não passa credibilidade.
Já quem acredita em si, que está oferecendo algo interessante para o seu interlocutor – mesmo que esse interessante seja a sua força de trabalho – não tem vergonha de enfatizar qualidades, não tem medo de fazer papel ridículo, não acha feio vender seu peixe porque realmente acredita que é o mais gostoso dentre os que estão sendo oferecidos.
Muitos bons profissionais carecem de autoestima. E a perdem cada vez mais, pois sabem que estudaram nas melhores escolas e que acumulam bem mais conhecimento que seus concorrentes, mas são preteridos nas escolhas. A cada não que ouvem, por não terem se colocado bem justamente pela insegurança, a relação com a falta de autoestima e o fracasso aumentam. A falta de fé em si, por não se achar merecedor, por ter crenças limitantes sobre o sucesso ou o dinheiro, por ter fantasmas de infância que o impedem de agir e até por não estar bem com o próprio corpo, parecem diluir a consistência daquele discurso construído após tanta pesquisa, conhecimento e reflexão.
Já quem tem autoestima e acredita naquilo que vende – seja uma ideia, uma candidatura a emprego, um produto ou um serviço – tem postura firme, se coloca com ênfase – às vezes até demais – demonstra força e fé no que oferece, mesmo que o produto ou serviço não sejam lá muito bons. Mesmo que as palavras às vezes se percam em relação ao conteúdo, elas têm tanta força na forma, acompanhadas por gestos e posturas corporais de quem realmente acredita naquele contexto, que o conteúdo nem tão completo acaba sendo esquecido.
São pessoas que gostam de si mesmas, acreditam que merecem vencer e vendem – seja a si mesmo ou um produto ou serviço – com a real crença que farão bem para quem o comprar. Essa energia enviada reflete no cliente ou no chefe – contribuindo para um olhar positivo seja para aquele profissional, seja para o que ele vende.
Por isso, o ideal é, paralelamente a entrar de cabeça nos livros, entrar de cabeça dentro de si e descobrir ou reafirmar seu universo interno e o quanto ele, aliado a um conhecimento de ponta pode significar no crescimento profissional. E pessoal, afinal ambos andam juntos.
E você, como anda a sua autoestima?