10/12/2009
A Cop-15, Convenção do Clima da ONU, que iniciou segunda-feira, dia 7, na cidade de Copenhague, na Dinamarca, continua mantendo o clima de incerteza que reinou no período que a antecedeu.
Os países estão divididos em blocos e, como bem retratou o jornal O Estado de S. Paulo, o impasse atual parece um jogo de xadrez.
Este “jogo” envolve 192 países que pretendem estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera em um patamar que evite o desequilíbrio do clima do Planeta.
E, para piorar o andamento do jogo, que mal começou, um documento produzido pela Dinamarca e apoiado pelos EUA e Reino Unido veio a público e abalou todos os participantes da conferência, por um posicionamento que privilegia os países mais ricos – e grandes emissores - históricos e da atualidade.
Os participantes da COP-15
A China é o maior emissor de CO2 do mundo, com a cifra de 6,2 bi t/ano. Anunciou a meta de cortar entre 40% e 45% o aumento previsto em seu consumo de energia.
Os EUA estão em segundo lugar no ranking de quem mais emite CO2 no mundo, com a cifra de 6 bi t/ano. A gestão Obama está mais disposta a negociar em Copenhague e o fato de Obama ter anunciado sua presença no final da COP-15 simboliza uma intenção de fechar um acordo positivo para o planeta.
A União Européia emite 3,79 bi t/ano. Tem liderado as discussões sobre o clima, mas está dividida. Embora tenha anunciado meta de 20% a 30% de redução das emissões, não está querendo financiar os países mais pobres, devido à crise sofrida neste último ano.
O Brasil, com suas emissões na casa dos 2,2 bi t/ano, é a favor do acordo, está disposto a ter metas voluntárias e anunciou metas expressivas de cortes de 36% a 39% em relação ao projetado para 2020. Tem como agravante o fato de ter aumentado suas emissões em 62% nos últimos 15 anos. Levou uma comitiva de 700 integrantes para a conferência. Será que essas emissões foram calculadas?
A Índia, com emissões de 1,23 bi t/ano, não aceita metas para países em desenvolvimento e cobra metas apenas dos países ricos. Suas emissões absolutas são altas, mas sua emissão per capita é baixa. É um dos países mais resistentes nas negociações.
Os Grupos e subgrupos
Vale a pena ficar atento aos grupos e subgrupos que se formaram na COP-15, como é o caso do G77, do qual fazem parte o Brasil, a China, os exportadores de petróleo e os países pobres.
Há o grupo africano aliado aos países menos desenvolvidos, considerado o de menores emissores do mundo, mas muito afetados pelas mudanças climáticas. São radicais e responsabilizam e exigem posicionamento dos países ricos.
A Aliança de Pequenos Estados Insulares, com as ilhas Tuvalu, Marshall e Maldivas, querem ações imediatas, pois podem ser os primeiros a desaparecer. Não estão dispostos a aceitar meios-termos.
O Grupo Guarda-Chuva, composto por Austrália, Canadá, Japão e Noruega, dentre outros, são grandes emissores e têm posições díspares: a Noruega anunciou a expressiva meta de redução de 40% até 2020; o Japão, de 25%, mas a Austrália e o Canadá anunciaram, antes do início da COP-15, a tímida cifra de redução de 5% a 6% até 2020.
O que está em pauta hoje em Copenhague espelha posições e ações de todos dos países e governantes participantes da Conferência do Clima. E, se o clima ainda é de incerteza, uma coisa é certa: salvar o Planeta depende de todos nós.
Participe da Vígilia pelo Clima na Vila da Mata
Sílvia Belton, uma das sócias da Vila da Mata (Ulabiná, Ser-Afim e João do Grão), convida para a Vigília pelo Clima: O Mundo Quer um Acordo Pra Valer. Vígilia - dia 12/12 - Sábado às 17h30.
Vila da Mata - local ulaBiná - Rua São Camilo, 288.
www.granjaviana.com.br/viladamata
Participe!
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