02/02/2012
Quando nossas crianças nascem, não sabemos ainda como é sermos pais. Descobrimos com a convivência. Observamos como elas caminham, como pensam, como constroem o seu mundo e assim o dia a dia nos torna pais. É um trajeto às vezes doloroso, e para encurtar caminho na ilusão de um menor sofrimento, usamos em alguns momentos a frase “cala a boca que quem manda aqui sou eu”, tão conhecida pela nossa estória. Pois é, feito o dito, instalado o conflito.
Nossas crianças são rápidas e questionadoras, logo argumentam. Calá-las nem sempre funciona, então surgem as angústias e com elas os sinais de que algo não vai bem: choros, tristezas, insônia, unhas roídas, excesso de peso, asma, bronquite, alergias, enxaquecas ,dores de barriga e outros males. Talvez seja o caso de olharmos para nós nesse momento, verificarmos onde está o embaraço, porque com certeza é conosco mesmo, com o que deixamos de ver em algum momento de nossas vidas.
E esse deve ser um olhar sem culpa, meus amigos, pois estamos sempre no exercício do viver. Todos nós. Mostrar força às nossas crianças não resolve. Precisamos, sim, avaliar nossa capacidade de adaptação às mudanças que o tempo nos traz. Acredito que o problema esteja aí, naquilo que não nos é mais conhecido e que temos que conhecer. Isso exige que deixemos nosso comodismo, em um processo que gera o desconforto, para termos conforto com nossos filhos.
Boa sorte!
Rosana Della Coletta é psicoterapeuta psicanalítica com especialização em psicossomática