14/10/2009
A recente quebra do sigilo da prova do ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio) - passível de ocorrer em qualquer vestibular - teve neste caso o apoio incondicional do MEC (Ministério da Educação e Cultura), do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e de toda a equipe - em muitos atos, amadora - que dirigiu o processo de mudanças. Como em outros setores, quiseram deixar uma "marca" a qualquer preço: mudar o nome das coisas e depois dizer que inventaram a novidade. E com muita pressa!
Provocaram um caos no meio estudantil, fizeram mudanças sem qualquer planejamento, focaram numa prova que tinha uma função e agora vai cumprir outra - se é que vai cumprir alguma - e descuidaram de uma série de itens relativos às táticas, às questões operacionais e.... deu nisto!
Alguns jornalistas tem levantado a suspeita de que houve "influência" política na quebra de sigilo; ou seja: teria ocorrido a mando de partidos interessados no desgaste político do atual governo. Ora, por que não se pede pra investigar que empresa foi esta que ganhou a licitação, sem competidores? Por que um dos secretários do Ministério, no dia 05 de outubro, disse que "lamentava mas não havia outro jeito se não o de processar a empresa responsável pela organização do ENEM". Lamenta?! De quem é esta empresa?
Agora vão repassar a organização da prova para a CESGRANRIO (Centro de Seleção de Candidatos ao Ensino Superior do Grande Rio), sem licitação, como vem sendo o costume, mesmo que este caso justifique tal encaminhamento.
Bem, acredito que se algum esquema político esteve por trás desta ocorrência, só foi possível por causa do despreparo deste grupo que vem tentando alterar o modelo atual e da falta de cuidados que tiveram desde o início.
Ao invés de propor alterações "à queima roupa" como fizeram, poderiam estar estudando, discutindo, planejando medidas de longo prazo que, de fato, provocassem melhorias.
Vamos aguardar e torcer para que mais nada dê errado no "Novo ENEM".
Por Sérgio Pita, Professor do Curso e Colégio Anglo Leonardo da Vinci