06/09/2006
Heloisa Helena beijou uma onça em sua visita a Manaus, quem foi sedada foi a única informação não divulgada. Em ano de eleição o Brasil realmente se assume como picadeiro, só falta cobrir com a lona. O show de aberrações fica por conta do horário político, horário que incrivelmente as televisões são trocadas por coisas como conversas e olho no olho. Horário em que o rádio é desligado e o som da cidade ganha o primeiro plano. Horário político é o único produto gratuito que brasileiro não faz questão.
Eu ouço e vejo, faço de conta pelo menos. São 30 segundos em que almas são vendidas. E como é bizarro, aplaudo e espero pelo mais bizarro. Outro dia quem pediu meu voto foi o Clodovil. Não, obrigado. A Câmara dos Deputados já anda bem conturbada... Até demais. O maestro pede silêncio para o show continuar. E agora que Lula já está lá fica difícil criar um outro jingle de sucesso. O lema paz e amor fica para trás, em 2002 mais exatamente. O tempo em que o presidente andava mais elegante, de barba bonita e consciência vermelha. Hoje não, depois do seu último número “não sei, não vi”, o espetáculo será em plano silencioso. Não duvido do bis, mas honestamente espero que não seja um bis propriamente dito.
Mesmo depois de tantos erros no roteiro esquerdo, o palhaço do Alckmin não arrancou nem um riso da platéia. Até o Serra saiu no meio, foi ao banheiro e não voltou. Ser um bom palhaço não depende só da cara de bobo. A propósito, como já disse, não duvido. O brilho no olho da massa já não é mais o mesmo, a vontade de aplaudir é que talvez esteja engasgada. E os críticos de plantão que esperem mais quatro anos, o circo segue armado.