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Violência na escola muito além da Escola

30/03/2023



Ataques e planejamento de violência dentro das escolas alertam para um problema socioemocional que transcende os muros das instituições de ensino.


por Ana Alcantara


O ambiente escolar é algo que as famílias esperam ser um local de segurança e convivência, o que está sendo desconstruído a cada dia com o aumento dos casos de violência dentro das escolas. Com o ataque com faca provocado por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste da capital paulista, apologia ao crime em escola em Vargem Grande, atentado terrorista com bomba caseira em escola em Vista Alegre e o massacre em Escola em Suzano. Infelizmente os relatos aumentam e a sociedade começa a enxergar que não são casos isolados e sim um problema sistêmico. “Não é punir só o aluno. É uma questão social em que todos estão envolvidos. Famílias, Poder Público, Escola, Comunidade.”, diz a psicóloga clínica Mariliz Vasconcellos, doutora pela Universidade Federal de São Carlos e supervisora no Ambulatório de Ansiedade no HC em São Paulo. 


Números para despertar


Foram 23 ataques em escolas brasileiras nos últimos 21 anos, de acordo com estudo do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp. Foram 17 episódios em escolas públicas e 4 em estabelecimentos particulares. As mortes chegam a 36: 24 estudantes, cinco professoras, outros dois profissionais de educação e cinco alunos e ex-alunos.


Quase metade dos alunos da rede pública de SP (1,1 milhão) relataram já ter sofrido algum tipo de violência na escola. Um em cada três estudantes relatou sofrer bullying. E 12% dos professores informaram ter sofrido agressões verbais. 


Durante a pandemia, 45% dos alunos foram diagnosticados com ansiedade generalizada e 17% com depressão. Mais de 60% relataram crises de ansiedade e dificuldade para dormir. Falta de motivação e problemas de concentração foram reportados por quase 80%. Este fenômeno está sendo reconhecido como Pandemia da Saúde Mental.


A Polícia Civil registrou, nos dois dias seguintes ao ataque na Escola Thomazia Montoro, sete boletins de ocorrência envolvendo planos de adolescentes em relação a ataques em ambiente escolar. A suspeita é de que a ampla divulgação de imagens pelas mídias e redes sociais estejam motivando esses adolescentes.


Grupos neonazistas aumentam 270% desde 2019 no Brasil.



A responsabilidade de todos


São múltiplas possibilidades que somadas aumentam os riscos para a conduta agressiva de jovens e adolescentes dentro do Ambiente Escolar.


A escola do séc. XIX para seres humanos do séc. XXI


Até a segunda revolução industrial, a educação na escola visava ampliar a intelectualidade dos alunos. Com as mulheres ocupando o mercado de trabalho e a atmosfera de competitividade imposta pelo sistema vigente, se exigiu das instituições de ensino um papel para o qual os profissionais de educação não estão preparados. Educar valores, passar códigos relacionais, noções de autoconhecimento, treino de empatia e outras importantes características que fazem dos seres humanos indivíduos conectados consigo mesmos, com o próximo e com o ambiente em que estão inseridos. Os profissionais de educação não são preparados para esta demanda. No Brasil, temos leis que defendem as habilidades socioemocionais em ambiente escolar, mas elas não são aplicadas.

“O ideal é que os professores sejam  formados para fazer conexão com os alunos e não ficar em medidas apenas punitivas” explica dra. Mariliz, que também é mãe de uma criança de 9 anos. “As escolas estão perdidas, não preparam o ser humano para o mundo. Os métodos de educação precisam ser atualizados”, acrescenta. 

“O ideal é que os professores sejam  formados para fazer conexão com os alunos e não ficar em medidas apenas punitivas” 

A casa por princípio


Um ambiente doméstico disfuncional, onde a criança não tem acesso a alimento, carinho, saneamento, saúde, são fatores sociais que podem acarretar desvios comportamentais sérios. “O histórico familiar dessa criança é fundamental e o diálogo dentro de casa, a escuta e o monitoramento dos conteúdos que os filhos são expostos na Internet, são ações que dão trabalho, mas dão assistência e contorno às crianças e jovens. Se sentem amados, mesmo que demonstrem resistência”, explica a dra. Mariliz.

Para que haja escuta e equilíbrio em uma família, as pessoas envolvidas precisavam ter aprendido sobre isso, mas a sociedade está há muito pouco tempo olhando para a saúde mental. “Os pais não aprenderam habilidades socioemocionais e não temos como cobrar isso deles. Não adianta tratar só a criança e não tratar a família”, esclarece Mariliz, que defende que haja mais psicólogos nas escolas e que estes também possam atender às famílias.


Internet, games e ação


Um fator bastante discutido sobre o estímulo à violência é o uso com abuso dos games violentos, que apesar de não ter comprovação científica, apresenta evidências de transtornos psicossociais. No massacre de Suzano ocorrido no Brasil em 2019, onde dois ex-alunos atacaram uma escola estadual resultando em 10 mortes e 2 suicídios, os autores eram obcecados por jogos violentos e varavam noites se entretendo em jogos de guerra ou aqueles em que o jogador atua como policial ou terrorista.

O Radar Aos Fatos , identificou ao menos 51 perfis no Twitter e três comunidades no Discord que produzem ou compartilham conteúdos que idolatram esses assassinos, inclusive usando os sobrenomes dos jovens que cometeram a chacina em Suzano. 


Racismo em pauta


O menor agressor que assassinou a professora da Escola Estadual Thomazia Montoro também foi autor de ataques racistas uma semana antes do atentado. A briga teria ocorrido na última semana, logo após o autor dos ataques chamar um colega de “macaco” e “ratinho”. 

Uma ação que poderia ser considerada bullying sem riscos jurídicos, no caso pode ser considerada crime de racismo, o que agrava ainda mais o complexo quadro sobre as violências nas escolas.


Os casos de violência precisam ser olhados de forma ampla, generosa e imediata. Políticas públicas que favoreçam a saúde mental de todas as pessoas, a revisão dos métodos pedagógicos e a criação de um tempo de qualidade entre pais e filhos é uma pauta que merece ser discutida e ampliada nos vários setores da sociedade, começando pela reflexão: Que seres humanos estamos preparando para o mundo?


Consultoria:


Dra. Mariliz Vasconcellos

WhatsApp 11.96331 0909

Instagram: @marilizvasconcellos_psicologia 

Atendimento na Clínica Granville localizada na Av. São Camilo. 989- Granja Viana


Fontes:

https://agenciabrasil./violencia-na-escola

mundonegr/bullying-e-racismo

lumaensino.com.br/violencia-na-escola-causas-como-combate-la

ssp.sp.gov.br/midias

Manual de implementação socioemocional/MEC



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