07/05/2020
Na tentativa de aumentar a taxa de isolamento social e restringir a circulação de pessoas em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou na manhã desta quinta-feira, 7, um novo esquema de rodízio de veículos na cidade. A medida começa a vigorar na segunda-feira, 11. Vai valer para toda a capital e não mais no centro expandido e valerá o dia todo. Nos dias pares, circulam placas de final par. E nos dias ímpares, as placas de final ímpar. A medida valerá também nos finais de semana.
"Questões extremas exigem medidas extremas, com isso anuncio o retorno do rodízio de forma ainda mais restritiva. Não dá pra deixar de tomar medidas como essa, com taxas de ocupação de leitos de UTI com mais de 80%", disse Covas.
Com a volta do rodízio mais amplo, haverá reforço na frota de ônibus na cidade, com mais mil veículos e outros 600 de reserva, caso sejam necessários. "Essa é uma medida necessária para evitar o lockdown na cidade de São Paulo", explica o prefeito.
A medida é polêmica, pois se as pessoas que precisam se deslocar deixarem os carros em casa e utilizarem o transporte público, estarão correndo mais riscos ainda, já que o transporte público é local de alto risco de contágio e os veículos particulares são transporte de menor risco.
Permanecem excluídos do rodízio carros da polícia, do exército e também veículos de profissionais da área da saúde.
A Prefeitura chegou a implementar bloqueios restritivos na cidade nesta semana, mas o próprio Covas reconheceu que a medida, que provocou trânsito e foi questionada pelo Ministério Público, foi um erro e que não surtiu o efeito necessário.
Com isso, os bloqueios voltaram a ser apenas educativos. Segundo reportagem de O Estado de São Paulo, a taxa de isolamento social na capital paulista, que concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Estado, vem preocupando as autoridades. A taxa se mantém abaixo dos 50% (com 48% tanto na segunda-feira quanto na terça-feira), ficando acima desse patamar somente em finais de semana. A meta é 60% e o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde é 70%. De acordo com dados do balanço da Secretaria Estadual da Saúde desta quarta-feira, a capital paulista tem 1.910 mortes pela doença e 23.187 casos confirmados. Em todo o Estado, são 3.045 mortes e 37.853 casos da doença.