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Peixe no Rio Pinheiros Especialista da S.O.S Mata Atlântica vê sinal de esperança

13/04/2021


Imagens de peixes nadando no Rio Pinheiros, no trecho próximo à ponte Cidade Jardim, na capital paulista, foram divulgadas nos últimos dias em redes sociais e pelo governo do estado de São Paulo. 

A diretora da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, avalia que o aparecimento dos peixes é uma conquista de investimento de longo prazo na recuperação do rio e que a preservação de rios urbanos, como o Pinheiros, deve ser um programa permanente de estado.

“O saneamento, a despoluição dos nossos rios urbanos tem que ser um programa de estado, que não tem começo, meio e fim, tem que ser permanente, porque a dinâmica social na bacia, principalmente em uma cidade como São Paulo, é extremamente complexa”, disse Malu, especialista em políticas públicas e gestão de recursos hídricos.

Para a especialista, o aparecimento dos peixes não significa que, neste momento, o Rio Pinheiros tenha condições de abrigar vida aquática ao longo da sua extensão. Ele ainda está poluído e não teria oxigênio para suprir a demanda dessa vida aquática. No entanto, ela disse que o fenômeno é uma prova da possibilidade de o rio abrigar organismos vivos.

“O surgimento desses peixes e a permanência deles vivos no rio, coisa que não acontecia antes, é uma grande esperança para todo o paulistano, para os paulistas inclusive, porque na medida em que despolui um rio como o Pinheiros, se comprova que fazendo investimento em saneamento básico, a natureza rapidamente se recupera. Eu vejo a aparição desses peixes e a emoção dos ciclistas, das pessoas que viram esses peixes, como uma grande esperança de que a gente está no caminho certo”, disse Malu.

Segundo a especialista, uma conquista como essa não é resultado de curto prazo. Ela explica que agora estão sendo colhidos os frutos dos investimentos que começaram na década de 1990, quando um jacaré apareceu no Rio Tietê e despertou nas pessoas a esperança de despoluir o rio. “Com esses peixes é a mesma coisa, seu ressurgimento em um rio extremamente poluído, em um ambiente altamente insalubre como é ainda a margem do Pinheiros, desperta na gente essa esperança”, disse a especialista.


O Rio Pinheiros - que se estende pelas zonas Sul e Oeste da capital paulista - deságua no Tietê. Ele é um dos principais afluentes do Rio Tietê na Grande São Paulo e a melhoria das condições do Pinheiros terá impacto na melhoria da qualidade das águas também do Tietê. Em 2019, foi lançado o Programa Novo Rio Pinheiros, mas existe desde 1992 o Projeto Tietê, que também é um programa de saneamento ambiental.

"Esses peixes só conseguiram aparecer no rio porque o afluente - aí no caso o Córrego do Sapateiro, que vem da Paulista , passa pela Vergueiro, Parque do Ibirapuera e chega ao Pinheiros –, foi recuperado. Toda essa região recebeu saneamento. Então, essas águas com melhor qualidade abrigam os peixes."

De acordo com Malu, o pequeno trecho do rio no qual os peixes foram vistos é mais oxigenado com a água limpa e, assim, oferece condição de vida aquática.

"Mas, se os peixes saírem dali, a água já está sem oxigênio, está altamente poluída ainda e não há condições de se manter vivos no Rio Pinheiros", explica ela.

“Os afluentes que chegam ao Rio Pinheiros e estão nessa bacia já vêm recebendo há vários anos programas de coleta, afastamento, tratamento de esgoto. Eles vêm passando por processo de despoluição nessas duas décadas, então o Pinheiros vai ser reflexo das ações que estão sendo feitas agora e de todo esse processo de saneamento ao longo das últimas décadas”, avaliou a especialista.

A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que o Novo Rio Pinheiros e o Projeto Tietê são complementares, “porque as obras executadas no escopo do Novo Rio Pinheiros contribuem para a despoluição do Tietê”. O investimento no Novo Rio Pinheiros totaliza R$ 1,7 bilhão em obras realizadas pela Sabesp, que tiveram início em 2019. As obras do Projeto Tietê são executadas desde 1992 e totalizam desde então U$S 3,1 bilhões.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável pelo monitoramento de qualidade da água, constatou uma melhora no trecho inferior do Pinheiros, que compreende os pontos entre a Estrutura do Retiro e a Usina São Paulo, inclusive próximo à ponte Cidade Jardim, onde foram filmados os peixes.

Despoluição até 2022

O governo do estado prevê que a despoluição do Rio Pinheiros ocorrerá até 2022. Até lá, as ações incluem expansão da coleta e tratamento de esgotos; desassoreamento e aprofundamento do rio; coleta e destinação dos resíduos sólidos ao longo dos 25 quilômetros do rio; revitalização das margens, além de iniciativas socioambientais.

Até março deste ano, obras realizadas pela Sabesp conectaram 230 mil imóveis localizados na bacia do Pinheiros à rede de esgoto, o que permitiu a coleta e envio para tratamento do esgoto dessas casas. A especialista citou que o acesso da população ao saneamento e à água se reflete na situação dos rios.

“Essa exclusão social é refletida na qualidade da água de rios urbanos. Quanto mais pessoas sem acesso a saneamento, maior o comprometimento da qualidade da água no rio. Então é uma soma de ações que precisam ser feitas”, disse. Entre essas ações, além do poder público, Malu diz que a sociedade pode participar com ações de fiscalização e monitoramento, ou seja, voltar a olhar para o rio, inclusive usando as ciclovias próximas das margens do Rio Pinheiros.

Segundo o governo estadual, a participação da população é fundamental para evitar o descarte irregular de lixo nas vias e córregos. A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado acrescentou que, assim como grandes rios urbanos, a água não será potável nem permitirá a prática de natação e que a expectativa é que o Rio Pinheiros abrigue algumas espécies de peixes, tenha águas claras e limpas para que, sem o odor, a população possa ocupar suas margens e contar com uma nova opção de lazer.


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