09/02/2021
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Após um ano de pouca movimentação nos parques devido à pandemia do COVID-19, diversos integrantes da sociedade civil (ONGs, associações de moradores, condomínios e coletivos ambientalistas) visitaram o Parque Jequitibá para "reconhecimento" e apresentação de suas demandas aos poderes públicos. Situado na divisa entre as cidades de Cotia, São Paulo e Osasco, o Parque Jequitibá se estende pela área dessas três cidades e tem o tamanho do Parque Ibirapuera: 1,3 milhão de m2, com a diferença de que 70% de sua área ainda é coberta por Mata Atlântica.
A visita aconteceu nesta quinta-feira (11) e, apesar da intensidade da chuva bem no horário que estava marcada a visita, contou com a presença de coletivos como o Fórum Verde Permanente, Sociedade Amigos do Parque Ipê (Sabipe), Rede de Educação Ambiental Jequitibá, Rede Mosaico e da deputada estadual, Mônica Seixas (mandato coletivo). "A deputada esteve muito atenta a tudo e já se prontificou a dar encaminhamento a três questões: a criação de uma portaria por São Paulo, a manutenção das ruas laterais ao parque nos três municípios, inclusive em Cotia, e encaminhar o Parque para uma Frente Parlamentar Verde", conta Fábio Sanchez, que faz parte do Conselho do Parque e organizou a ação.
Por ter grande parte conservado e por estar situado na ponta de lança a oeste do Cinturão Verde da Grande São Paulo, o Parque Jequitibá tem importância ecológica enorme na redução da temperatura ambiental, da poluição do ar e na elevação da umidade do ar na Grande São Paulo. Além disso, o parque oferece trilhas que ligam as cidades de Cotia e Osasco e também no meio da mata, e contém três cursos d'água que servem duas bacias hidrográficas diferentes. Está sendo incluído em circuitos de ciclistas e de coletivos de esportes como Cooper e corridas.
Apesar dessa enorme importância, é notória a pouca atenção que o governo estadual dedica ao parque, já que não há sequer placa na Rodovia Raposo Tavares ou nas principais vias locais indicando sua localização. O Plano Diretor do parque ainda está no início de sua implantação e só uma portaria foi concluída, a situada no lado de Cotia, na Granja Viana, onde está a administração do parque, a estufa, sala de leitura, estacionamento e alguns equipamentos já instalados. Não há previsão orçamentária para investimentos no parque neste ano. Apesar disso, ele mantém vigilância motorizada em toda sua área e monitores para atendimento da população, que podem programar passeios pelas trilhas.
Entre as demandas necessárias para melhorias no parque, além da implantação de seu plano diretor, estão a reforma do cercamento que faz divisa com a avenida Antônio Heitor Eiras Garcia (em São Paulo) e a instalação de uma portaria com banheiro e bebedouro pelo lado de São Paulo, além de pontos de parada com os mesmos equipamentos ao longo do trajeto principal, já que o parque, antes da pandemia, era utilizado por escolas com o propósito de educação ambiental, o que deve voltar a acontecer quando for retomada a rotina escolar. O Parque Jequitibá é o único parque estadual destinado, já no decreto de criação, à finalidade de promover a educação ambiental.
O Parque Jequitibá é uma conquista da sociedade civil da Zona Oeste, que reivindicou sua criação após um movimento que envolveu escolas e entidades de cinco cidades da região (além das três que integram sua área, Taboão da Serra e Embu das Artes, com as quais o parque faz divisa). No Plano Diretor do parque, está prevista a instalação, no lado de São Paulo, da Praça do Encontro, em homenagem a esse movimento que uniu as cidades. O próprio logotipo do parque, que imita mãos com seus dedos se encontrando, é uma referência a esse movimento de cinco cidades. Na época em que houve a reivindicação do parque, o governo estadual pretendia implantar o Ceagesp no local, porém acabou cedendo e preservando a área para esse importante parque.
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