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Neurodivergências, laudos, cannabis na adolescência e outras delicadezas da Saúde Mental

17/05/2024



Conversamos com a psicóloga Magda Macedo, sobre a atualidade da saúde mental numa humanidade pós pandêmica, no país mais ansioso do mundo, segundo a OMS.  Magda é uma pesquisadora da mente humana, especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental, com formação em Terapia dos Esquemas. Neuropsicóloga pela USP e  fundadora da Clínica Mariá, referência em atendimentos psicológicos no centro de Cotia. 


SG: A Pandemia repercutiu na Saúde Mental?

O que percebo é que a Pandemia despertou as pessoas para que olhassem mais cuidadosamente para a saúde mental. É sobre a vida no ângulo de 360° em seus hábitos e rotina. A visão sobre quem eu sou, por que estou no mundo, as minhas crenças e valores. A gente tem casos assim, de pessoas que têm uma boa percepção sobre si, porém têm uma rotina extremamente estressante. Não dorme bem, não se alimenta bem, não faz atividade física. Essa pessoa, ela vai ter uma tendência a ficar ansiosa, ficar mais deprimida e melancólica. 

SG: Hoje a busca por um laudo é bastante frequente. Aumentaram as neurodivergências na atualidade? 

Os transtornos do neurodesenvolvimento têm alguns fatores que sempre estiveram aí e hoje a ciência comprova que essas alterações se dão no início da gestação, entre a quarta e a sétima semana. Nessa fase é formado um “caminho alternativo” e aquele cérebro já começa a ser formado numa configuração diferenciada. Tem também o fator genético, onde a combinação de gêneros do gene do pai com gene da mãe, pode formar uma criança neurodivergente. Sabe-se também que os hábitos e o estresse da família pode causar questões neurológicas nos filhos. Uma hipótese minha é que o modo de viver hoje é totalmente diferente de anos atrás. Estamos mais acelerados, estressados, dormindo mal, nos alimentando de forma industrializada. Isso vai impactar gerações futuras e pode ter impactado na formação da criança no ventre da mãe. 

SG: Tem algo para se fazer para proteger essa gestação? 

Nada que nos aponte que fazendo ou não fazendo determinadas coisas, você não vai ter um filho com autismo, dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade( TDAH),  Síndrome de Tourette, entre outros, que inclusive podem acontecer conjuntamente. Tem cuidados básicos para a gestação como uma boa alimentação, dormir bem,  rotina com menos estresse. Tudo isso vai afetar o feto durante sua formação.

SG: Têm pessoas que acabam se autodiagnosticando por conta de vídeos na Internet. Aparece na clínica esse público?  

Hoje tem muito perfil de profissionais que usam o Instagram para divulgar a informação certa. Acho saudável isso. O problema é quando pessoas que não são da área falam sobre um transtorno sobre o qual não têm capacidade técnica para falar. Bem perigoso. Às vezes as pessoas fazem um diagnóstico de 15min pela Internet e já chegam aqui com o laudo pronto, não é bem assim. Para você chegar a um diagnóstico, é necessário uma bateria de avaliações. Às vezes a criança tem um problema de audição de difícil medição que só  vai aparecer na escola. A gente precisa tirar todas as hipóteses multidisciplinares para ter precisão no processo. Para nós, o diagnóstico é algo muito sério e começa com uma anamnese completa onde estudamos a vida do indivíduo, desde a gestação até os dias atuais. Se for criança, conversamos com os pais ou responsáveis pelos cuidados, vamos até a escola, fazemos muitas sessões com testes que podem ter cronometragem e outros que têm liberdade de tempo. São muitos fatores e procedimentos que levam a um psicodiagnóstico e assim organizamos o acompanhamento desse paciente.

SG: Tem um tempo médio para tecer esse psicodiagnóstico?

Não há um padrão, mas há uma média de 10 a 12 sessões para levantar um laudo. 

SG: Conte um pouco sobre sua vocação em atender pessoas autistas.

Logo que me formei, fui Acompanhante Terapêutica em período escolar de uma criança com TEA (Transtorno de Espectro Autista), fazia tudo com ele e percebi a amplitude desse transtorno. Não é uma coisa fechada. Os autistas não são iguais, são pessoas únicas. O que que vai caracterizar é a dificuldade de lidar com o meio externo. É muito comum encontrar pessoas com TEA que têm dificuldade, mas conseguiram construir estratégias compensatórias que ficam mais imperceptíveis. Cada caso precisa ser avaliado com muita cautela e eu amo esse processo e essa diversidade!

SG: E sobre o uso de cannabis, você avalia como uma droga? 

A Cannabis é perigosíssima para menores de 21 anos.  Por mais que ela ofereça um efeito calmante, ela não é calmante, ela está dentro do grupo de alucinógenos. Tem vários estudos que provam que a pessoa até 21 anos, usuária de cannabis, tem 70% de chance de desenvolver esquizofrenia. Então, para a adolescência, é uma droga que pode desencadear uma doença que não tem cura. Por isso sou contra o uso recreativo e a favor do uso terapêutico do canabidiol, com resultados mais que comprovados.

SG: Quais sintomas evidentes de que uma pessoa pode ter esquizofrenia? 

Cada caso precisa ser estudado com cautela. Às vezes, essa doença se manifesta lá aos 40, 50 anos, mas com o uso recreativo da cannabis, pode ser desencadeada ainda na adolescência ou no início da vida adulta. Alguns indicadores são ideação de perseguição, paralisia no corpo, olhar fixo, sem piscar, são traços esquizofrênicos. 

SG: E sobre a Clínica Mariá?

A clínica leva o nome da minha avó Mariá. Montei o CNPJ em 2022, que foi o ano em que ela faleceu. Tive a oportunidade de morar com ela e era o ser humano mais bem resolvido que eu conheci na vida. Comecei assim com uma sala, a procura aumentou, reformei e comecei a chamar outras profissionais. Hoje somos uma equipe de psicólogas mulheres com especializações diversas, que fazem reuniões semanais como um grupo de estudo para nos aperfeiçoarmos coletivamente, atendendo adultos, crianças e adolescentes, online ou presencialmente. Temos uma psicóloga fluente em Libras para atendimentos à comunidade surda. Também oferecemos atendimentos sociais a preços simbólicos com psicólogas estagiárias orientadas por nós. 

SG: Como acontecem os atendimentos sociais?

Sempre tive essa vocação para o social e também um preconceito, pois achava que as pessoas que tinham menos recursos financeiros eram as que mais precisavam de suporte emocional. Ao começar a atender famílias em condições financeiras melhores, percebi que, independente da classe social, as pessoas sofrem igual e assim passei a dividir a clínica em atendimentos sociais e “normais”, dando prioridade para pessoas de baixa renda, moradoras da região. 

SG: Qual outra necessidade social que a clínica atende?

Por conta da demanda, temos psicopedagoga, neuropsicóloga e o sonho em ter cada vez mais uma equipe multidisciplinar. Percebemos que as escolas estão precisando muito de apoio e temos um treinamento com acompanhamento nas instituições que está sendo um diferencial que evidencia a qualidade do nosso trabalho nessa área da inclusão, bullying e saúde mental de todas as pessoas envolvidas na educação.  


Clínica Mariá - A Casa da Psicologia

Rua Batista Cepelos, 180 - sala 8 - Cotia 

WhatsApp:

(11) 91967-5579

(11) 98096-3954 

Instagram: @mariasaudemental 




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