12/01/2023
Nesta realidade pós pandêmica, uma educação do século 19, proferida por professores do século 20 para estudantes do século 21, se mostra cada vez mais ineficiente e nada atrativa para todas as gerações. Equipe desmotivada, alunos transtornados e uma enxurrada de conteúdo que pouco faz sentido são evidências que demonstram que mudanças estruturais em metodologias pedagógicas precisam ser visitadas, estudadas e praticadas para que o encantamento ao conhecimento seja legítimo, transformador e edificante.
O Colégio Viver é uma das 21 escolas escolhidas como transformadoras no Brasil pelo Instituto Ashoka - organização mundial que identifica e apoia empreendedores sociais, reconhece e aplica essas inovações para construir um mundo de pessoas que transformam - e pelo Alana, uma organização de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. O Viver é considerado pelo MEC uma das 178 escolas inovadoras e criativas do Brasil.
Inovação é atitude
Quando se fala em INOVAÇÃO imaginamos algo relacionado à tecnologia da informação e informatização dos processos, porém, para educação, vai muito, mas muito além disso. “Acreditamos que o desenvolvimento de projetos individuais e coletivos, as tutorias, as matérias eletivas, os fóruns de participação como a assembleia, entre outras ações, são diferenciais que fazem da nossa escola um exemplo reconhecido de educação inovadora.”, explica a socióloga Maria Amélia Cupertino, que desde 1998 uniu-se ao projeto de Ensino Infantil ViverEscola, criado na década de 70 e fundou o ensino fundamental do Colégio Viver. “Viver, pois, remete ao presente. Não é preparação para o futuro. Focar no futuro é perder o momento presente que voa. Infância e adolescência precisam ser vividas com respeito , atenção e escuta”, explica Maria Amélia sobre o nome da Instituição.
O Colégio Viver atende alunos do Infantil ao Ensino Médio, em um ambiente intelectualmente desafiador e emocionalmente seguro, com atenção individualizada e espaço para participação das decisões. Está situado no bairro do Caiapiá, no km 30 da Raposo, em uma área verde de mais de 5 mil metros, com espaços amplos e também turmas pequenas que priorizam o olhar para cada indivíduo. “Na escola todos são olhados individualmente. É uma grande comunidade, um grande coletivo que respeita o tempo e características de cada criança", diz Emerson, pai do Felipe, estudante do Fundamental 2.
Um dos pilares do Viver é a participação por meio de práticas democráticas, tais como: Assembleia, projetos coletivos e participação nos processos decisórios. “Só se aprende a participar, participando”, ressalta Maria Amélia. “A metodologia ativa, individualizada e democrática dá mais trabalho, mas gera mais satisfação. Em todas as situações onde o estudante é protagonista do seu aprendizado, aprende a aprender, pesquisa, cria soluções aprendendo na teoria e na prática. O estudante conduz o seu próprio processo baseado em seu projeto pessoal e o educador tem a responsabilidade de ampliar repertório. Não há pesquisa sem pergunta”, completa.
No Viver não há provas e sim entregas com responsabilidade e comprometimento por meio de projetos interdisciplinares, projetos pessoais, semanas temáticas, aulas eletivas e outras ferramentas que dinamicamente são usadas para favorecer uma aprendizagem que faça sentido. A aula continua sendo valorizada por estudantes e professores do Viver. Entretanto, ela está longe de ser aquela situação passiva, de carteiras enfileiradas e silêncio absoluto. Está mais para um diálogo do que um monólogo.
No dinamismo do Viver as coisas vão se transformando como na vida, baseados nos pilares de acolhimento, participação, inclusão e protagonismo, assim formando pessoas preparadas para aprender com liberdade.
“Tive contato com coisas que vão muito além de aprendizagem em sala de aula. Muito contato com a natureza, respeito pelo outro, senso comunitário, contato com a diversidade, maneira de conduzir meus projetos pessoais, minha conduta profissional, a forma como eu me comunico...Tudo isso aprendi no Viver”, conta Dalva, jornalista que estudou no Viver por 10 anos e ressalta: “Acima de tudo, no Viver eu e meus colegas recebemos muita gentileza. A equipe toda preocupada em nosso bem estar. O Viver mudou minha vida e eu sou muito grata.”
Marisa Montrucchio, mãe de dois alunos do Viver, educadora de humanidades na escola, e doutora em Letras, assim relata: “Anos atrás, chegou para fazer o 9° ano um jovem que tinha passado por questões traumáticas em outras escolas. Tinha um perfil mais introvertido e, ao longo desse ano, ele foi interagindo cada vez mais com os colegas, não tanto com os adultos. Quando chegou o dia da formatura, fizemos nosso tradicional vídeo de fim de ano, onde estudantes que se formam e educadoras(es) falamos sobre essa turma e nos despedimos. Nesse ano a turma optou por falar uma única palavra para simbolizar o que tinha significado o Viver nas suas vidas. Esse garoto escolheu “Desintoxicação”. Entendendo como DETOX algo por não ter sido cobrado além dos seus limites, que foi valorizado pelo que ele era capaz, pelas suas opiniões. Até hoje, quando lembro, fico emocionada.”
A ex-aluna Marjori Nani de 26 anos, artista plástica, professora de alemão e mestranda na ECA, dá o seu relato : “Uma pessoa que busca para seu filho que ele seja um ser independente, um ser livre, que pense por si e possa observar o seu redor, que analise e chegue em suas próprias conclusões. Saí do Viver em 2009, meus amigos e os amigos da minha irmã estão todos bem. São artistas, designers, jornalistas, geógrafos, administradores… todos muito gente boa”.
A busca pelo bem estar pessoal e coletivo, a empatia, a realização de projetos conectados com o autoconhecimento, valorização da diversidade e o contato com a natureza são algumas das características que fazem do Colégio Viver uma escola que prepara as pessoas para um futuro desejável para toda a humanidade.
Youtube: youtube.com/colegioviver