Eduardo Araújo e Os dois têm o mesmo nome, são músicos e quase sempre são vistos juntos: Eduardo Araújo e Edu Luke.

12/08/2011

Os dois têm o mesmo nome, são músicos e quase sempre são vistos juntos: Eduardo Araújo e Edu Luke. Pai e filho compartilham não só a profissão mas também o gosto pelas artes marciais, gastronomia e tantos interesses em comum.

Há 28 anos na Granja, Eduardo e Luke, fazem parte do bairro, assim como a Granja faz parte da vida deles.

Eduardo Araújo é filho do lendário Lídio Araújo, um grande desbravador e criador de animais de diversas raças. Eduardo nasceu e cresceu na fazenda Aliança, em Minas Gerais. E seu amor pelos cavalos sempre andou de mãos dadas com a paixão pela música.

Em meados dos anos 60, quando o Rock começava a acontecer aqui e no mundo, o jovem Eduardo participava das horas dançantes, rodava as ruas de Belo Horizonte com sua lambreta e já ficava conhecido como o legítimo representante da "Juventude Transviada". Daí para as rádios e TV, foi um pulo! Em seguida já fazia parte do "Clube do Rock", junto de Erasmo Carlos, Tim Maia, Roberto Carlos, Wilson Simonal, Jorge Ben, Renato e Seus Blue Caps, entre outros. Logo depois veio a Jovem Guarda e a parceria na vida pessoal e profissional com Sylvinha Araújo. Eduardo e Sylvinha tiveram também uma filha, Mônica.

No final dos anos 80 gravou seu primeiro disco de músicas Country. Daí pra frente, vieram outros discos e também o programa "Pé na Estrada", no SBT.

Eduardo está completando cinquenta anos de carreira e há vários projetos para honrar essa brilhante história musical em grande estilo!

Já Edu Luke é um dos melhores produtores musicais da atualidade. Com seu estúdio Bongô, faz trabalhos para filmes publicitários, programas e novelas de TV.

Conversamos com os dois em sua casa, no centrinho da Granja.



JDA: Eduardo, a música entrou na sua vida muito cedo, não? Você acha que a vocação (ou talento) tem a ver com destino na vida de uma pessoa?

Sim, o meu primeiro contato com a música veio através do alto-falante que meu pai tinha na fazenda para acordar os vaqueiros para a

lida com a boiada diariamente. O aparelho era ligado na Radio Nacional do Rio de Janeiro e ali ouvia o som da sanfona de Luiz Gonzaga. Acho que o destino de cada um foi programado por ele mesmo antes de vir para este plano, porém você tem o livre arbítrio para modificar e transformá-lo. Você veio para ser um vencedor, porém existe o merecimento.



JDA: E você Edu? A música na tua vida é consequência natural por ser filho de músicos?

Com certeza estive mais exposto à picada da famosa "mosquinha azul" do que uma pessoa cujos pais são de outro meio profissional. Afinal, minha infância foi cercada de instrumentos e músicos. Tomar gosto pela música acabou sendo um caminho bem natural.



JDA: Edu, conte um pouco sobre seu trabalho atualmente.

Sou proprietário do estúdio Bongô, uma empresa especializada em produção musical de trilhas sonoras para peças publicitárias, como jingles pra TV e spots de rádio. Trilhas sonoras incidentais para produções audiovisuais, como novelas e filmes. E produção de discos. Meus trabalhos recentes incluem trilhas sonoras para as novelas "Rebelde" e "Vidas Em Jogo" (Rede Record), produção da música "Eu não estou nesses planos" de Gabriel Guerra (tema da novela "O Astro" da Rede Globo), além da sonorização da campanha publicitária das marcas Zorba, Mahogany, Penalty e Stihl.



JDA: Como é a relação de vocês, no dia a dia? A sintonia musical também é harmônica entre vocês?

Edu: Tanto na música quanto na vida, a minha maior influência e o meu maior exemplo são os dos meus pais. Cultivo uma relação de admiração, gratidão e amizade pelo meu pai. Dividimos o gosto pelas artes marciais, a gastronomia e o rock em todas suas adjacências.

Eduardo: Eu e minha querida Sylvinha criamos os nossos filhos com muito amor. Apoiando em tudo, mas com muita disciplina e respeito. Eu e o Luke somos amigos. Sou um fã curuja pois tudo que ele faz e cria é de um bom gosto que me enche de orgulho.



JDA: E a vida aqui na Granja? Vivem aqui desde quando? O que gostam de fazer, no bairro?

Edu: Mudamos pra Granja em 1983. Tive o presente de crescer neste bairro desde a época em que as ruas ainda eram de terra. Hoje em dia costumo praticar cooper no fim de tarde com a turma do professor Tony. Quem precisa falar comigo e com o meu pai, basta passar pela Cozinha de Santo Antônio na hora do almoço, que a possibilidade de nos encontrar por lá é enorme. Ali é como se fosse a extensão da nossa casa. E na condição de viciado em sushi, sou frequentador assíduo do Koban e não dispenso o Temaki do Ozé Temaki. Já meu pai, tem até prato especial no Xin Hua!



JDA: Com tantas mudanças na Granja, há alguma coisa que incomoda? E o que gostariam de ver por aqui?

Eduardo: Eu acompanho o desenvolvimento da Granja sem saudosismo. Eu acho que tudo tem o seu tempo. A Granja Viana para mim é o melhor lugar para se morar em São Paulo. Se o desenvolvimento tira a tranquilidade, por outro lado trás o conforto. Aqui tem tudo, já não nos falta nada.



JDA: Como vocês vêem o panorama musical atual? Você acha que há algum movimento musical ou artístico em geral que tenha uma relevância?

Edu: A indústria da música esta passando por uma reformulação em seu formato onde ninguém sabe qual caminho ela vai tomar. Mas no meio dessa confusão, ao menos pra quem não tem preguiça de pesquisar na internet, tem muita música boa e surprendente acontecendo em todos os cantos do planeta.

Eduardo: Eu acho que tem muita coisa ruim, porém tem gosto para tudo. A mídia de hoje, desde que se tenha dinheiro, aceita tudo. Porém, os verdadeiros permanecem. As pessoas de bom gosto têm na internet um bom caminho a pesquisar.

Mais informações sobre os músicos, acesse:

www.eduluke.com

www.eduardoaraujo.com.br

por: Thaïs Roji para o Jornal Daqui

Notícias Relacionadas: