04/11/2024
Com isso, o brasileiro sente a crise climática no bolso. Como o volume de chuvas abaixo do esperado tem sido uma constante ultimamente, o Brasil atravessou o mês de outubro em bandeira vermelha estágio 02 nas contas de energia, ou seja, os consumidores pagaram mais caro pelo mesmo consumo.
Energia e clima
Atualmente, o país depende de fontes energéticas que estão sujeitas ao clima: 62% da energia vêm de hidrelétricas, 11% de parques eólicos e apenas 2,5% da energia solar. Contudo, independentemente da fonte de energia adotada, todas dependem de condições climáticas, como chuvas, ventos e sol.
Uma sequência de bandeiras verdes, sem a cobrança de tarifas extras, foi iniciada em abril de 2022. A série foi interrompida em julho deste ano, com a bandeira amarela, seguida da bandeira verde em agosto, e da vermelha patamar 1, em setembro. Com as ondas de calor e as fortes secas no início do segundo semestre, a Aneel acionou a bandeira vermelha patamar 2 em outubro.
Alívio temporário?
Com o aumento no volume de chuvas, a bandeira tarifária amarela começou a valer nesta sexta-feira (1º), ou seja, a conta de luz ficará mais barata.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), um dos fatores que determinaram a redução da bandeira tarifária para amarela foi a melhoria nas condições de geração de energia no país. A agência reguladora, no entanto, informou que a previsão de chuvas e de vazões nas regiões das hidrelétricas continua abaixo da média, o que justifica o acionamento da bandeira tarifária para cobrir os custos da geração termelétrica para atender às necessidades dos consumidores.
O que são bandeiras tarifárias?
Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Na prática, você precisa ter atenção a esse sistema para evitar um susto com a chegada da conta de luz. Fazendo uma comparação, a bandeira da conta de luz é como um semáforo. Em determinado momento, o consumo está livre. Em outro, precisa ser moderado. Ainda existe aquele período em que é melhor ter um cuidado maior.
Existem três cores que identificam as bandeiras tarifárias da conta de luz. Cada uma das tonalidades determina se haverá acréscimo na fatura e de quanto ele será.
Verde
Indica que o nível de água dos reservatórios é suficiente e favorável à produção de energia elétrica. Em outras palavras, as condições hidrológicas são positivas e não existe a necessidade de fazer acréscimo na fatura.
Amarela
Sinaliza que as condições estão menos favoráveis, mas ainda não se tornaram críticas. Portanto, há uma cobrança extra proporcional ao momento.
Vermelha
É o último estágio, em que as condições para a produção da energia elétrica são mais custosas. O acréscimo é mais elevado, e existem dois níveis:
patamar 1: a tarifa aumenta R$ 0,03971 para cada quilowatt-hora kWh consumido;
patamar 2: a tarifa aumenta R$ 0,09492 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Segundo a Aneel, as bandeiras permitem ao consumidor um papel mais ativo na definição de sua conta de energia.
Agora, o estado é de atenção: "Mesmo que as condições de geração sejam favoráveis, é necessário continuar com bons hábitos de consumo que evitam desperdícios e contribuem para a sustentabilidade do setor elétrico. Com o acionamento da bandeira amarela, a vigilância quanto ao uso responsável da energia elétrica é fundamental. A orientação é para utilizar a energia de forma consciente", recomenda a agência reguladora.