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Prenúncio de um desastre: a indústria têxtil brasileira No início do mês de maio a imprensa anunciou que três dos maiores grupos têxteis nacionais, o grupo Vicunha, o grupo Santista e a Coteminas pretendiam fazer novos investimentos em novas fábricas

04/05/2006



No início do mês de maio a imprensa anunciou que três dos maiores grupos têxteis nacionais, o grupo Vicunha, o grupo Santista e a Coteminas pretendiam fazer novos investimentos em novas fábricas. Seria uma excelente notícia se não fosse um detalhe: os investimentos deverão ser feitos fora do Brasil. A razão é muito simples: o Brasil não oferece condições de competitividade necessárias para enfrentar os desafios do mercado internacional globalizado. É irônico senão trágico que um dos porta-vozes desta reorientação de investimentos fundamentais para o desenvolvimento nacional seja o empresário Josué Gomes da Silva, dono e executivo-chefe da Coteminas. Jovem, bem educado, conhecedor do setor têxtil como poucos de sua geração e ciente dos desafios do mercado internacional, coisa rara nas lideranças políticas e empresariais brasileiras, Josué é filho do Vice-Presidente da República, José de Alencar.
É assustador constatar que se o filho do Vice-Presidente está inclinado a investir fora do país, porque alguém deveria investir no Brasil? A resposta é uma só: não se vislumbra, no curto prazo, qualquer possibilidade real de mudança no indecente “custo Brasil”. Na verdade, a farsa do governo Lula está principalmente centrada em um modelo de Estado gastador, empregador, demagógico e taxador. Um governo que durante três anos e meio ignorou qualquer mudança estrutural no sistema previdenciário, tributário e trabalhista acha que pode disponibilizar qualquer condição para investimento que não seja especulativo? Se empresas do porte das gigantes têxteis estão planejando investir em países como Egito, Honduras, Vietnã, e até Argentina (!), porque outros grupos deveriam acreditar numa economia que permanece cobrando juros em níveis tão absurdos? Um governo que não foi capaz de realizar nenhuma obra de infra-estrutura relevante durante todo o seu mandato? Não fez qualquer movimento para conter uma taxa de câmbio praticamente suicida para o exportador?
A história do setor têxtil brasileiro é longa e tem momentos de bonança e decadência. Até o início dos anos 90 o Brasil era exportador têxtil. O modelo de substituição de importações havia viabilizado um parque industrial têxtil relevante. A abertura desordenada do governo Collor de Mello, muitas vezes festejada por muitos ainda hoje, provocou um desastre na indústria têxtil brasileira. Centenas de fábricas fecharam suas portas ou viraram importadores de tecidos durante a primeira metade da década de 90. Acostumadas a viver em regime de proteção tarifária estavam com máquinas ultrapassadas e preferiam não arriscar qualquer investimento pesado em bens de capital em uma época de inflação galopante. O Brasil passou alguns anos sendo importador têxtil até que o rearranjo da indústria têxtil foi feito na marra. No final da década de 90 o Brasil voltou a ser exportador, mas o setor havia mudado completamente. Grandes grupos tornaram-se os principais atores do negócio e centenas de empresas deixaram de existir. Estaria bem se este fosse o preço a se pagar pelo ajuste causado pela interdependência e globalização econômica. Mas não é bem isso que se verifica agora.
Os grandes grupos têxteis cansaram de se queixar a um governo de surdos. Apesar de constatarem que o preço da energia no Brasil é baixo em relação a outros países, que o mercado consumidor é grande e que a produção de algodão é cada vez maior e de melhor qualidade, o Brasil perdeu, talvez de forma irreversível, a competitividade no setor. Não fossem suficientes a infra-estrutura vergonhosa, a carga tributária indecente, o câmbio defasado, e o contrabando principalmente da China, os produtores não se conformam com a incapacidade e desinteresse do governo atual em fechar acordos comerciais de preferência tarifária ou de livre comércio com os principais mercados mundiais, Estados Unidos e Europa. Os produtos têxteis brasileiros pagam tarifas muito mais altas do que os países da América central, por exemplo, para colocar seus produtos nos Estados Unidos.
Está aí mais um resultado da política comercial brasileira comandada pelo Itamaraty e fruto de um governo sem plano nem direção. Um dos mais tradicionais setores econômicos do país anunciando que pretende ir produzir em qualquer outro lugar. Simplesmente um desastre.


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