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França se recusa a enfrentar o futuro Mais uma vez, a tradição de rupturas revolucionárias bate a porta da história francesa

06/04/2006



Mais uma vez, a tradição de rupturas revolucionárias bate a porta da história francesa. Milhões de manifestantes, cuja maioria é formada por jovens estudantes e sindicalistas, tomaram as ruas e praças de várias cidades francesas para protestar contra as medidas tomadas pelo governo referentes ao contrato do primeiro emprego. A lei que reduz direitos trabalhistas por dois anos para estimular empresas a admitir jovens menores de 26 anos colocou a França sob tensão. Cenas de violência foram registradas em todo o país reativando as manifestações de novembro de 2005. Na ocasião, jovens desempregados das periferias das grandes cidades, na sua maioria descendentes de imigrantes africanos e árabes, realizaram ações violentas para demonstrar seu descontentamento com as políticas sociais do governo.
Agora a situação se agrava. O primeiro-ministro Dominique de Villepin, autor da lei, buscou dar uma saída para o engessado mercado de trabalho francês, mas está pagando caro pela iniciativa e agora tenta apagar o incêndio negociando com os manifestantes. O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, ganhou munição para criticar seu oponente a candidatura conservadora a presidência da França. Independente dos interesses políticos envolvidos na crise, o que está em jogo é o futuro e a viabilidade do sistema produtivo da França. Trata-se de uma questão existencial, que põe o Estado e sua competência em xeque, fenômeno típico da história francesa.
A lei proposta por Villepin é a tentativa de injetar um pouco de liberalismo na crônica tradição estatizante francesa. Apesar de o Conselho Constitucional ter considerado a proposta de Villepin dentro da legalidade, a França recusa-se a se adaptar ao mundo moderno. É irônico, senão trágico, que as manifestações de 2005 foram realizadas por uma classe que se queixava da exclusão de um sistema econômico que não a absorve. A atual manifestação vem de estudantes e sindicalistas conservadores, contra a mudança que justamente favoreceria a incorporação de massas de excluídos no sistema. Os franceses caíram na ilusão de que mantendo o sistema atual estarão preservando empregos estáveis. Não percebem que para os excluídos a opção entre empregos menos estáveis no curto prazo é absolutamente nenhum emprego. E a razão para haver um engessamento do emprego e uma taxa de desemprego oficial e crônica de 10% é justamente a existência de uma burocracia estável e intocável com empregos garantidos para a vida. Nem o Estado e nem o empregador privado tem interesse em manter empregos intocáveis e super-protegidos pela legislação. Como conseqüência, não empregam mais. Como se não fosse o suficiente, os franceses são os críticos maiores da interdependência e da globalização. A aversão às forças do mercado é uma doença infantil francesa. Esquecem-se de que a riqueza francesa foi construída por empresas capitalistas de primeira classe e não pelo Estado. Reivindicam padrão social de uma Dinamarca enquanto não tem recursos para mantê-lo (doença importada pelo Brasil, diga-se de passagem). A classe política francesa falhou em mostrar ao eleitorado a necessidade de adaptação ao mundo contemporâneo. Continuou e ceder às velhas pressões anti-americanas, protecionistas e temerosas da integração. O temor de enfrentar o consenso conservador que paralisa a França é responsabilidade do Presidente Chirac e do inacreditável imobilismo da opinião pública que não se manifesta diante dos programas ultrapassados apresentados pelo Partido Socialista na oposição.
A França se reusa a enfrentar os desafios do novo tempo. Suas incertezas produzem reflexos na Europa e no mundo. Ao rejeitar a Constituição Européia deixaram a impressão de não saber que Europa vislumbram para o futuro. O debate interno causado pela lei que reduz os direitos trabalhistas deixa a impressão de que os franceses não sabem nem o que querem para si mesmos. Quanto mais insistirem no modelo de Estado social e protecionista maior será o descrédito nas suas potencialidade de liderar qualquer processo, seja europeu ou mundial. Para enfrentar esta teimosia delirante e isolacionista só mais uma revolução...


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