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Uma em cada cinco mães desenvolve depressão pós-parto. A rede de apoio, que deveria ser uma das principais formas de proteção, tem falhado. Por quê?

Vivemos em um mundo que exige perfeição e prazos das mulheres, atribuindo responsabilidades até sobre o que foge do nosso controle. Mas, se somos vistas como base, por que cuidamos tão pouco de quem sustenta tudo?

Somos cobradas por ter filhos, mas também por não ter, caso a quantidade de filhos ultrapasse o “limite estabelecido”. Somos cobradas por engravidar no "tempo certo", pelas escolhas sobre o parto ou por não seguir a cartilha da mãe perfeita. Se amamentamos por "mais tempo”, julgam; se não amamentamos, criticam. Se decidimos ter visita, somos negligentes; se decidimos não ter, somos grosseiras.

Quando não há nada para criticar, inventam. O padrão é sempre a cobrança.

E a licença maternidade? É vista como férias, quando sabemos que é tudo, menos isso. Decidiu contratar ajuda? É folgada. Não contratou? Quer aparecer. Vai deixar o bebê na escola? "Tão pequeno ainda!" Não vai? "E a socialização dele?"

A lista poderia continuar, mas a pergunta principal é: quem cuida dessa mulher que cuida de todo mundo?

Sim, ela virou mãe, mas não deixou de ser mulher. Mulher? Quem? Estão todos ocupados tirando fotos do bebê troféu.

O pior disso tudo é que, em meio a essa cultura de cobrança, começamos a acreditar que temos que ser perfeitas. Nos tornamos nossas maiores críticas, carregando culpas e expectativas impossíveis.

Mas cuidar de si mesma não é egoísmo. É uma necessidade. Porque, se você não estiver bem, o ciclo vai parar de funcionar.

Precisamos, sim, de uma rede de apoio de verdade. De acolhimento, ajuda e, acima de tudo, respeito.

Então, aqui vai meu convite: mulher, mãe, que tal começar a dizer SIM para você? Porque você merece, mais do que ninguém.

A terapia pode ajudá-la a entender o que está por trás de tantos "nãos" que você tem dito a você mesma e lhe proporcionar escolhas mais conscientes. Mas, para isso, você precisa se dizer SIM hoje.

Eu me chamo Thais Vicente, sou Psicóloga de mulheres em todas as fases da maternidade e perinatalidade. Trabalhei por 15 anos no mundo corporativo cuidando de pessoas e negócios, mas, quando me tornei mãe, descobri um propósito maior.