28/06/2017
Chegamos a esta terra, a este planeta, com um choro. Os bebês sentem a estranheza dessa chegada, choram na sua primeira respiração. Daí em diante tudo é novo, desde abrir os olhos até comer, sentar, rir, falar... Devem se perguntar: onde estamos, que lugar é esse, quem são vocês, que língua falam e que sons mais estranhos – pois são filhos do silêncio.
E vamos aprendendo que o corpo machuca, que temos dores, fome, frio, calor, sede... Em contrapartida, temos um desejo imenso de aprender a viver nesse lugar tão distante de onde viemos. Não sabemos voar como os pássaros ou nadar como os peixes, mas vamos em frente com força e ousadia, nessa verdadeira odisseia que é a vida na Terra.
Crescemos desafiando as leis desse lugar tão cheio de riquezas e encantos, sofrimento e dor, e vamos nos unindo uns aos outros nesse imenso grupo de imigrantes, que não param de chegar. Por que não param de chegar? O que os traz, forasteiros de outros mundos?
Os anjos lhes contaram das maravilhas que só aqui se encontram e da grande aventura que irão passar, mas não lhes avisaram que vão sentir saudades de sua verdadeira casa. Será que saberemos o caminho de volta ou esqueceremos por completo quem somos, de onde viemos e o mapa para regressar?
E o que acontece nessa visita tão curta que nos faz reféns deste lugar? Ficamos totalmente inconscientes de nossas almas imigrantes, de que aqui tudo é passageiro e algum dia teremos que voltar. Acordem, filhos das estrelas, é urgente despertar.
Por Marian Bleier e Carmem Carvalho