08/01/2015
Estou tentando muito viver sem me justificar!
Minha amiga leu um acadêmico, estudioso de brasileiros, dizer que nós estamos sempre nos justificando.
É verdade! Eu, pelo menos, faço isso muitas vezes e não tinha notado.
Explicar é diferente de justificar? Não justificar pode parecer que não me importo com a pessoa envolvida?
A justificativa serve para me tirar da culpa?
Muitas vezes há diferença de interesses entre as pessoas, são necessidades se contrapondo. Quando sabemos enxergar com clareza e negociar essas necessidades, beleza!
Eu não sei muito bem, por isso às vezes ajo de maneira que não leva muito em conta a necessidade do outro, e aí depois me justifico.
Por exemplo: tenho um horário marcado na médica. Minha necessidade é atrasar porque quero fazer as coisas de maneira menos corrida. Aí eu atraso e quando chego na médica me justifico dizendo: “puxa, estou trabalhando tanto que estou muito cansada, perdi a hora um pouquinho, depois peguei um trânsito, que está cada dia pior...”.
Poderia, ao invés, dar uma explicação: “atrasei porque fui incapaz de marcar a consulta num horário que levasse em conta a minha necessidade de fazer as coisas de um determinado jeito”
A explicação fala daquilo que aconteceu da perspectiva da pessoa que está explicando. A justificativa é uma historinha para o boizinho dormir. Para dizer: não há responsabilidade, por isso não há como mudar.
Explicar é pragmático. Justificar é imaginação! Somos uma nação que justifica, segundo o estudioso. Por isso que a Avenida São Camilo aqui perto não tem calçada. Somos pouco alemães. Somos mais Zé Carioca.
Aqui estou generalizando, que é algo que não dá para fazer, tamanha é a diversidade do mundo. Volto então a falar de mim: Tentar não me justificar me coloca num caminho de escolha. Saio do automático, me vejo agindo e reflito: “Vou mesmo fazer isso desse jeito que me levará a me justificar?”
Ou então: “Fiz e agora? Vou ficar contando a histórinha do que me fez fazer do jeito que não era o melhor para o outro envolvido? Ou vou falar a minha verdade, que muitas vezes não é nada agradável?” Aliás, qual é essa verdade? O que me move? O que está pouco visível nessa minha ação, mas que está me impulsionando? Auto consciência: um bom esporte!
Pois é, não se justificar tem muitas repercussões internas e externas. Vou indo aqui, tentando...