14/05/2018
No Instagram, Lau Guimarães escreveu: “Pra parar com essa santificação das mães. Pra lembrar que é mãe, mas também é mulher, e se gostava de sexo mais pegada, não é por que virou mãe que tem que mudar. Pra estimular viradas de noite suadas depois de por os filhos pra dormir”.
A Bia não pode andar, por isso quando ela quer pular corda, Rosana, sua mãe, a pega no colo e pula corda com Bia nos braços.
No
supermercado ouvi o menino de três anos falar bem alto: “mãe, quero
fazer xixi”. E logo em seguida repetiu o pedido. A mãe que conversava
com outra moça olhou pra ele com cara de poucos amigos e disse: “Ok!”.
Voltei depois de um tempo para ver se ele tinha ido pro banheiro e nada:
ele ainda nas prateleiras e ela na conversa com a amiga.
Só
sei que um ser vulnerável aparece no planeta quando um homem e uma
mulher fazem amor no momento certo para isso acontecer. E aí aqueles
seres viram mãe e pai.
O ser vulnerável depende integralmente de alguém para sobreviver. Espera-se que seus pais tomem esse encargo para si.
Sorte
de quem tem como cuidador alguém que se coloca no lugar do ser
vulnerável e procura ser para ele aquilo que ele ainda não é: capaz de
se cuidar sozinho. De se levar para fazer xixi... Alguém que olha para
aquele ser e procura compreendê-lo.
A grande salvação para o
planeta e para a humanidade é sermos capazes de diluir as fronteiras e
encarar o Outro como parte de nós, como se fôssemos uma coisa só. Isso é
extremamente difícil, mas muitas mães conseguem com grande facilidade.
Se o filho está bem, ela está bem. O Eu da mãe é expandido. Inclui o
filho.
Revolucionárias as mães (e os pais) que experimentam
essa possibilidade. Eles conhecem a força do amor. Essa força linda,
transformadora, que nos tira do umbigo e deixa nosso olhar mais amplo.
Viva as mães e os pais neste Dia das Mães, e que possa haver muitas noites suadas depois que os filhos dormirem!